Moraes nega pedido e interrogatórios sobre trama golpista terão transmissão ao vivo

Fellipe Sampaio /STF
Foto: Fellipe Sampaio /STF

O ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal), negou um pedido da defesa de Walter Braga Netto e decidiu manter a transmissão ao vivo dos interrogatórios do ex-ministro e outros sete réus pela participação por uma suposta tentativa de golpe de Estado após as eleições de 2022.

Conforme o magistrado, os advogados não demonstraram prejuízo ao seu cliente na publicização das declarações. Com isso, os interrogatórios serão transmitidos nos canais oficiais da TV Justiça e do Supremo, a partir das 14h.

Além de Braga Netto, que está preso desde dezembro de 2024, serão interrogados por Moraes os demais integrantes do “núcleo 1” da trama golpista. O grupo reúne, segundo as investigações policiais, os responsáveis pelas principais ações da tentativa de ruptura democrática.

Quem será interrogado por Moraes, na ordem

  1.  Mauro Cid, delator e ex-ajudante de ordens de Bolsonaro;
  2.  Alexandre Ramagem, ex-diretor da Agência Brasileira de Inteligência (Abin);
  3.  Almir Garnier, ex-comandante da Marinha;
  4.  Anderson Torres, ex-ministro da Justiça e ex-secretário de segurança do Distrito Federal;
  5.  Augusto Heleno, ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional;
  6.  Jair Bolsonaro, ex-presidente da República;
  7.  Paulo Sérgio Nogueira, ex-ministro da Defesa;
  8.  Walter Braga Netto.

Os réus respondem pelos crimes de organização criminosa armada, tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado, dano qualificado pela violência e grave ameaça e deterioração de patrimônio tombado.

O interrogatório dos réus é uma das últimas fases da ação penal. A expectativa é de que o julgamento que vai decidir pela condenação ou absolvição do ex-presidente e dos demais réus ocorra no segundo semestre deste ano. Em caso de condenação, as penas passam de 30 anos de prisão.

Por estarem na condição de réus, os acusados poderão se recusar a responder perguntas que possam incriminá-los. A Constituição garante aos investigados o direito de não produzir provas contra si.