O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, determinou a realização de uma perícia na contabilidade do PTB, por suspeitas de que o partido desviou dinheiro público para financiar ataques ao Judiciário e ao Congresso.

A decisão do ministro foi tomada no momento em que uma reportagem exclusiva de ISTOÉ revelou que o PTB usou recursos do fundo partidário não apenas para custear os ataques, como também para pagar uma série de regalias da presidente da sigla, Graciela Nienov.

Uma série de notas fiscais mostram que a verba é utilizada para pagar o aluguel de uma mansão para onde Gracila se mudou recentemente em Brasília, jantares caros dos quais a dirigente participa e também uma cirurgia bariátrica que ela fez no ano passado.

Parte dessas despesas eram realizadas por intermédio de Rafaela Armani, secretária de comunicação do PTB, cuja agência publicitária mantém contrato com a legenda. A empresa é investigada pelo STF no inquérito das milícias digitais.

A PF terá o prazo de 30 dias para concluir a perícia e descobrir se o dinheiro saiu, de fato, do caixa do partido. Graciela se considera “filha postiça” de Roberto Jefferson, preso desde agosto justamente no âmbito do mesmo inquérito.

Após reportagem de ISTOÉ, a ex-deputada federal Cristiane Brasil, filha verdadeira de Jefferson, pediu afastamento da presidente da sigla. O pedido foi entregue à comissão de ética do PTB.