O Rumble deverá nomear um representante legal no Brasil nas próximas 24 horas sob pena de sofrer um bloqueio nacional, segundo uma determinação do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes, que a plataforma de vídeos considerou “ilegal”.
A decisão chega depois que o Rumble se juntou ao grupo Trump Media & Technology, a empresa de mídia do presidente americano Donald Trump, em uma ação contra o juiz brasileiro apresentada na quarta-feira perante um tribunal dos Estados Unidos por supostamente censurar vozes da direita nas redes sociais.
A ordem de Moraes veio na quarta-feira e deve ser acatada até a noite desta sexta (21), segundo o diretor executivo da companhia, Chris Pavlovski.
A disputa entre o ministro do STF e a plataforma remonta a 9 de fevereiro, quando Moraes determinou que a empresa bloqueasse dois canais de Allan dos Santos, blogueiro cuja prisão preventiva foi decretada em 2021 por suspeita de diversos crimes e que reside nos Estados Unidos.
A ordem não foi acatada e os advogados contratados pelo Rumble no Brasil “renunciaram ao mandato” que tinham para atuar em causas da empresa, segundo um documento enviado nesta quinta pelo STF à AFP.
Em resposta, Moraes determinou à companhia nomear “um representante legal” no Brasil, “sob pena de suspensão imediata das atividades da empresa no território brasileiro”, detalha a decisão judicial.
Pavlovski respondeu diretamente a Moraes nesta quinta pela rede social X: “Recebemos mais uma ordem ilegal e sigilosa na noite passada, exigindo nosso cumprimento até amanhã à noite.”
“Você não tem autoridade sobre o Rumble aqui nos Estados Unidos […] nos vemos no tribunal”, escreveu o empresário.
A Trump Media & Technology e o Rumble consideram que Moraes extrapola suas competências por “censurar o discurso político legítimo nos Estados Unidos, minando proteções constitucionais fundamentais consagradas na Primeira Emenda”, que protege a liberdade de expressão.
Em 2024, Moraes bloqueou a rede social X no Brasil durante 40 dias por desobedecer a determinações judiciais, entre elas suspender algumas contas que difundiam informações falsas e nomear um representante legal no Brasil.
No final de 2024, o Rumble registrava 67 milhões de usuários ativos em todo o mundo, segundo o seu site, e é popular entre criadores de conteúdo de direita.