O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), derrubou o sigilo do processo que investiga o caso das joias, envolvendo o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). A decisão foi tomada nesta segunda-feira, 8, após a entrega do relatório final da Polícia Federal.

Moraes entendeu não haver necessidade de manter o sigilo dos autos após o fim das investigações por parte da PF. No relatório, os investigadores indiciaram Bolsonaro e mais 11 pessoas pela venda das joias (relembre o caso mais abaixo).

Além de levantar o sigilo, o ministro enviou o relatório à Procuradoria-Geral da República (PGR), que pode ou não denunciar o ex-presidente. A PGR terá 15 dias para se pronunciar, ao contrário do que previa o procurador-geral da República, Paulo Gonet, que pretendia decidir o futuro do processo apenas após as eleições municipais.

Bolsonaro foi indiciado por lavagem de dinheiro e associação criminosa pela venda de joias presenteadas pelo governo da Arábia Saudita em 2019. Na época, o ex-presidente recebeu um relógio de luxo e outros objetos, enquanto Michelle Bolsonaro recebeu um colar de ouro e diamantes.

Um dos estojos chegou a ser retido pela Receita Federal, mas aliados de Bolsonaro se movimentaram para pressionar o ex-chefe da Receita Júlio Cesar Vieira Gomes para liberar os presentes. Vieira Gomes também foi indiciado pela Polícia Federal.

Também foram alvos de indiciamento os advogados do ex-presidente, Frederick Wassef e Fábio Wajngarten, além do ex-ajudante de ordens Mauro Cid e seu pai, Mauro Lourena Cid. Todos negam o envolvimento nos crimes.