O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, comunicou na manhã desta segunda-feira, 25, ao presidente da Câmara dos Deputados Arthur Lira a prisão preventiva do deputado Chiquinho Brazão, apontado como mandante do assassinato da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes.

A comunicação foi expedida após a Primeira Turma do STF, por unanimidade, chancelar a decisão que Moraes assinou no sábado, 23, autorizando as diligências cumpridas pela Polícia Federal neste domingo, 24, no bojo da Operação Murder Inc.

No documento, Moraes cita a prisão de Chiquinho “em face de flagrante delito pela prática do crime de obstrução de Justiça em organização criminosa” no bojo da investigação sobre o assassinato de Marielle e Anderson.

Junto do ofício, foi encaminhada a decisão de Moraes, o parecer da Procuradoria-Geral da República sobre o caso e o relatório da Polícia Federal sobre o caso – o qual tem 479 páginas e descreve a dinâmica de planejamento do assassinato, a possível motivação do crime, e a contratação de um esquema de corrupção na Delegacia de Homicídios do Rio para obstar as investigações.

Chiquinho Brazão foi um dos alvos principais da Operação Murder Inc. deflagrada neste domingo, 24. Além dele, a Polícia Federal prendeu seu irmão, Domingos Brazão, conselheiro do Tribunal de Contas do Estado, e o ex-chefe da Polícia Civil do Rio Rivaldo Barbosa. Os três são acusados de arquitetarem o assassinado de Marielle e Anderson. A defesa dos três nega participação no crime.

Segundo a PF, a possível motivação do assassinato seria o obstáculo que a vereadora representava para os interesses “escusos” da família Brazão, ligados à milícia e à exploração de terras griladas. No relatório que culminou na prisão dos mandantes da execução, os investigadores narram como se deu a encomenda e o planejamento do crime ocorrido em 14 de março de 2018.

De acordo com a corporação recaem, sobre os irmãos Domingos e Chiquinho Brazão “indícios eloquentes de autoria imediata” da ordem de assassinato da vereadora. A dupla contratou serviços para a consumação da execução de Marielle, com a “garantia prévia da impunidade junto à organização criminosa instalada na Divisão de Homicídios da Polícia Civil do Rio, comandada por Rivaldo Barbosa”.