O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), autorizou nesta terça-feira, 23, a realização de uma cirurgia no ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) no próximo dia 25, no Natal. A decisão atende a um pedido da defesa e a internação do ex-presidente será realizada nesta quarta-feira, 24.
Bolsonaro passará por procedimento para a retirada de uma hérnia inguinal bilateral. A cirurgia foi autorizada por Moraes após a perícia da Polícia Federal constatar a necessidade de intervenção cirúrgica. Os peritos afirmam que o procedimento é um reflexo do atentado à faca sofrido pelo ex-presidente durante a campanha eleitoral de 2018. Os peritos apontam que a cirurgia deve ser realizada o “mais breve possível”, mas em caráter eletivo e não de urgência.
Na decisão, Moraes determinou que o transporte de Bolsonaro seja feito pela PF de forma discreta e que o desembarque ocorra na garagem do hospital. Os agentes deverão manter a vigilância no prédio e no quarto do ex-presidente e está proibido o uso de celulares e computadores no local.
“O transporte e segurança do custodiado deverão ser realizados pela Polícia Federal de maneira discreta e o desembarque deverá ser feito nas garagens do hospital. A Polícia Federal deverá providenciar a completa vigilância e segurança do custodiado durante sua estadia, bem como do hospital, mantendo equipes de prontidão. A Polícia Federal deverá garantir, ainda, a segurança e fiscalização 24 (vinte e quatro) horas por dia, mantendo, no mínimo, 2 (dois) policiais federais na porta do quarto do hospital, bem como as equipes que entender necessárias dentro e fora do hospital”, afirmou Moraes.
O ministro do STF também liberou a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro a acompanhar o ex-presidente durante o período de internação. Ele negou a presença dos filhos, Carlos e Flávio Bolsonaro, contrariando o pedido da defesa do ex-chefe do Planalto.
Jair Bolsonaro está preso na Superintendência da Polícia Federal em Brasília desde o fim de novembro. Ele teve a prisão preventiva decretada após tentar romper com a tornozeleira eletrônica, mas teve a detenção definitiva determinada três dias depois. Ele cumpre a pena de 27 anos e três meses por participação na trama golpista após a derrota nas eleições de 2022.
Após receber alta, Bolsonaro deve manter o tratamento pós-cirúrgico na própria superintendência. Moraes reforçou, em decisão publicada na última semana, que o hospital particular que o atende é próximo da unidade que está preso. “O réu está custodiado em local de absoluta proximidade com o hospital particular onde realiza atendimentos emergenciais de saúde mais próximo, inclusive, do que o seu endereço residencial- de modo que não há qualquer prejuízo em caso de eventual necessidade de deslocamento de emergência”, reforçou Moraes.