O ministro Alexandre de Moraes assume nesta terça-feira (16) a presidência do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), em cerimônia que deve marcar o primeiro encontro do presidente Jair Bolsonaro (PL) com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), principais candidatos na briga pela vaga na Presidência.

O TSE não divulgou a lista inteira de confirmados para o evento, mas o jornal Folha de S. Paulo afirma que são esperados mais de 20 governadores. Por isso, o tribunal montou um forte esquema de segurança, inclusive limitando o número de profissionais de imprensa no plenário.

Magistrado de perfil centralizador, Moraes alcança maior peso nas eleições desse ano ao assumir a presidência do TSE. Nos últimos meses, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) entrou em rota de colisão com Bolsonaro por conta de investigações que atingem o presidente e seus aliados.

Entre os inquéritos comandados por Moraes, destaca-se o das milícias digitais, que causou retaliações de Bolsonaro. Além disso, o ministro já determinou a prisão de Roberto Jefferson (PTB), leal aliado do presidente da República.

Apesar do constante clima tenso entre as duas partes, um sinal de paz foi dado nos últimos dias. Na última quarta-feira (10), Bolsonaro recebeu Moraes no Planalto e o presenteou com uma camisa do Corinthians, além de prometer presença na posse no TSE. De acordo com a publicação, a conversa entre os dois foi tranquila.

A chegada de Moraes ao TSE coincide com as ameaças de tom golpista de Bolsonaro, especialmente as falas sobre as urnas eletrônicas e a ameaça de utilização das Forças Armadas nas eleições, como forma de garantir a integridade das urnas. O ministro, porém, ainda não sinalizou sobre o assunto.