As barracas montadas no canteiro central da Avenida Cruzeiro do Sul escondem uma realidade de medo e apreensão entre comerciantes e moradores dessa região. A situação vai além do consumo de drogas, das constantes confusões e do acúmulo de lixo. Muitas da pessoas que ocupam os abrigos improvisados com sacos plásticos estão doentes.

Uma travesti identificada apenas como Leila, visivelmente debilitada após o diagnóstico de uma pneumonia, aguarda há dias por atendimento médico. Ela tem HIV, e por isto seu estado de saúde requer uma atenção maior. “A gente fica aqui e se não for a solidariedade de quem também tá na rua a gente morre. De vez em quando aparece uma assistente social que promete que vai cuidar da gente, mas é só de vez em quando”, afirma.

Manoel Barbosa da Silva vive há cinco anos nas ruas. Vindo de Maceio, onde trabalhava como entregador de jornal, recentemente tomou conhecimento que tinha sífilis. Iniciou o tratamento junto a rede municipal de saúde pública, mas desistiu. “Olha, eu até comecei a tomar as injeções de penicilina, mas ai começou a faltar, então eu desisti, mas vou começar de novo pois tá me nascendo umas feridas esquisitas”, disse.

Os comerciantes da região parecem não terem conhecimento dos problemas de saúde da região. A maior parte das reclamações diz respeito ao alto consumo de drogas na região. Os relatos dão conta de que isto tem motivado muitas brigas, que por vezes chegam a terminar dentro dos estabelecimentos comerciais.

As reclamações também dizem respeito ao estado de conservação dos pontos de ônibus. Quem normalmente passa pela região se queixa do péssimo estado de conservação das paradas, sempre com muito lixo e até falta de cobertura.

Em um comunicado enviado por e-mail a prefeitura ressalta que atua diariamente na região, quer por meio de assistentes sociais ou demais ações preventivas. O órgão esclarece ainda que se acaso forem constatadas as reclamações quanto aos pontos de ônibus, tudo será resolvido após uma vistoria feita pelos departamentos responsáveis.

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