Moradores de ‘Little Myanmar’ temem por parentes atingidos por terremoto

Foto: AP Photo/Aung Shine Oo
Foto: Foto: AP Photo/Aung Shine Oo

Win Win passou o último dia grudada às redes sociais, tentando descobrir se sua família em Mandalay, Mianmar, sobreviveu ao forte terremoto de sexta-feira, enquanto distraía-se no restaurante de Taiwan onde trabalha.

“Falamos ontem à noite, mas hoje nada. Não consigo contato. Estou com tanto medo por eles”, disse Win Win, uma dos cerca de 50 mil sino-birmaneses estimados em Taiwan, neste sábado à Reuters, no restaurante em Little Myanmar, em Nova Taipé, vizinha da capital, Taipé.

A segunda maior cidade de Mianmar, Mandalay, que fica perto do epicentro do terremoto de magnitude 7,7, tem uma grande população de etnia chinesa, muitos dos quais têm laços com Taiwan, cujo governo se ofereceu para enviar equipes de resgate.

O Ministério das Relações Exteriores de Taiwan disse que ainda não recebeu uma resposta a essa oferta.

Yee Yu Nai, sentada em uma lanchonete em Little Myanmar, buscava em seu telefone as últimas notícias de Mandalay, onde mora sua irmã.

“Sei que a casa deles está bem, pois foi construída recentemente, mas a rua está muito danificada”, disse ela.

A comunidade de Mianmar em Taiwan tem sua história ligada ao fim da guerra civil chinesa em 1949, quando muitos dos soldados derrotados da República da China fugiram para o que era então chamado de Birmânia, antes de serem deslocados para Taiwan.

Outros vieram mais recentemente, fugindo da repressão e do sentimento anti-chinês.

Outra moradora da “Little Myanmar” de Taiwan, que pediu para ser identificada apenas pelo sobrenome Huang, disse que a situação precária de Mianmar, afetada por conflitos civis, é sua maior preocupação.

“Acho que ninguém virá salvá-los”, disse ela sobre seus parentes que ainda estão em Mandalay.