Ainda debaixo de chuva e sem energia elétrica, os moradores de New Bern, na Carolina do Norte, começam a reconstrução após a devastadora inundação causada pelo furacão Florence.

Na confluência dos rios Neuse e Trent, onde centenas de pessoas foram resgatadas, guardas nacionais uniformizados patrulham a área para fazer a ajuda chegar.

“Precisam de alguma coisa?”, pergunta um deles. “Energia elétrica”, responde uma jovem cansada.

Clint Hawkins e Jenny Baras aceitam comida e água. Nunca imaginaram viver um pesadelo tão grande quando se mudaram para de Nova York para a Carolina do Norte.

“É o nosso primeiro furacão. O vento foi bastante forte, alguns galhos caíram. Mas fomos muito afetados pela inundação. A água começou a subir antes da chegada do furacão”, lembra Baras.

Ela pega o seu celular e mostra as fotos tiradas um dia antes: “Está vendo esse carro vermelho ali? Estava completamente coberto de água”, recorda.

Detritos estão espalhados pelo jardim da modesta casa. Vizinhos deixaram colchões e sofás encharcados na calçada, mas o jovem casal teve tempo de subir para o andar mais alto antes que a água chegasse.

“Agora estamos esperando que a energia elétrica volte para fazermos uma limpeza profunda”, explica Hawkins.

“Realmente não podemos ficar aqui agora. O cheiro é horrível”, continua.

– Secar e limpar –

Protegida da chuva na varanda da imponente casa da família, Laurie Eudy, a quarta geração a ocupar as instalações, precisará de tempo para atualizar o seu diário.

“Tenho muito a escrever”, assegura.

Uma anotação feita à mão diz: “Isso foi uma aventura!”.

Ela ouviu um “forte barulho” no meio da noite quando a água do rio Neuse invadiu a sua rua: “Primeiro achei que fosse uma árvore, mas quando abri a porta vi um barco batendo na frente da casa”.

Seu marido e seu cunhado colocaram coletes salva-vidas e entraram na água para retirar o barco.

A casa é elevada e se salvou em grande parte, mas Eudy teme ficar sem energia “por pelo menos duas semanas”.

A poucas quadras, no mesmo bairro abastado próximo ao rio, um enorme ventilador de metal movido por um gerador gira na casa colonial dos pais de Bill Ward.

“Foi construída em 1772”, diz com orgulho. “E até onde sabemos jamais houve uma inundação aqui”, conta.

O furacão Florence saiu quase tão rápido quanto chegou e, apesar da chuva que não parava na noite de sábado, este advogado acredita que o pior já passou.

“Agora estamos na etapa de secar e limpar”, diz.