03/10/2024 - 12:15
O secretário do Tesouro Nacional, Rogério Ceron, reconheceu que o montante de créditos extraordinários abertos atualmente é relevante. “O montante, quando você olha R$ 40 bilhões de créditos extraordinários abertos, claro que chama a atenção porque é um montante relevante. Mas a esmagadora maioria, 95% desse valor, é relacionado à catástrofe do Rio Grande do Sul”, disse durante a apresentação do resultado do governo central de agosto.
Ceron ponderou que nunca se imaginou uma tragédia dessa magnitude, que exigiu o suporte do governo federal. “Esse montante representa um incremento, tanto orçamentário quanto a alavancagem de crédito, equivalente a mais de 10% do PIB do Estado. O governo federal e toda a sociedade fizeram um esforço brutal para a recuperação do Rio Grande do Sul, fora a suspensão da dívida que vai gerar ao longo de três anos quase R$ 15 bilhões para investimento no Estado”, avalia.
A análise do secretário é de que os números mostram como a ajuda foi necessária e isso se reflete em um processo forte de recuperação econômica no Rio Grande do Sul, destacando a geração de empregos, ativação do comércio, indústria, serviços e do agro, além dos suportes para famílias e construção civil. “Claro que foi uma catástrofe, que destruiu muitos ativos, muita gente perdeu patrimônio e agora esse processo de recuperação, não quer dizer que as coisas estão resolvidas, mas há um processo de recuperação econômica muito importante lá”, pontua.
Ceron quis evitar falar sobre cancelamento de despesas, justificando que isso havia causado ruídos, mas ponderou que há diferença entre cancelamento de despesas e cortes. “O governo federal tem dado suporte e não vai cortar despesas ou cortar ações em função de ajuste fiscal para poder prejudicar o processo de recuperação do Rio Grande do Sul, não se trata disso. Mas, por exemplo, a política de compra de arroz, que tem um montante expressivo e dificilmente ele será executado, portanto, tem um cancelamento porque aquele objetivo não foi cumprido, meramente isso”, explicou.
O secretário ainda comentou que foi uma infelicidade uma tragédia dessa magnitude ocorrer no primeiro ano de vigência do novo arcabouço fiscal, o que gera ruídos sobre a condução do caso, mas pontua que não se espera que esse tipo de tragédia ocorra com recorrência. “A maior parte do crédito extraordinário do Rio Grande do Sul era necessário e nós fizemos de uma forma racional, inteligente, que ativou economicamente o Estado em um patamar muito inferior ao que o mercado estimava como necessário”, defendeu.