Monótono e belo: filme ‘Hot Milk’ explora relações egoístas sem grande profundidade

Protagonizado por Emma Mackey, Fiona Shaw e Vicky Krieps, o filme estreia nos cinemas brasileiros em 3 de julho

Reprodução/Rotten Tomatoes
Filme chega nos cinemas brasileiros em 3 de julho Foto: Reprodução/Rotten Tomatoes

“Você sempre teve medo”, afirma Rose (Fiona Shaw) para sua filha Sofia (Emma Mackey) durante determinado momento do longa “Hot Milk”, em uma declaração que pode enganar telespectadores desavisados sobre a sua verdadeira personalidade.

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Adaptação cinematográfica do livro homônimo, a produção estreou no 75º Festival Internacional de Cinema de Berlim, em fevereiro de 2025, e chega nos cinemas brasileiros em 3 de julho.

História

Protagonizado por Emma Mackey, Fiona Shaw e Vicky Krieps, o filme se passa na Espanha, onde mãe e filha se mudam em busca de um médico capaz de desvendar a misteriosa doença da controladora e amarga matriarca, Rose, que a mantém presa a uma cadeira de rodas.

Logo nos momentos iniciais do filme, Sofia se vê atraída pela enigmática Ingrid e seu aparente espírito livre. O que se segue é uma batalha interna da jovem, incapaz de decidir entre se entregar ao relacionamento — apesar do evidente egoísmo da outra mulher e de seu desapego a um romance sério — ou continuar orbitando em torno da mãe, que é incapaz de deixá-la viver livremente.

Um filme que pode inicialmente atrair a atenção dos espectadores pelo possível romance lésbico, na verdade, se revela um mergulho nas complexas e sufocantes relações de Sofia — que, em troca de seu carinho e atenção, recebe críticas cruéis, sendo chamada de “monstro” e “alguém muito triste”.

Monótono e belo, “Hot Milk” é um drama misterioso que tenta ser mais profundo do que realmente é. Apesar do final previsível e em aberto — quanto à verdadeira natureza da doença de Rose —, é um ótimo filme para quem se identifica com a vida sufocante de Sofia e deseja vê-la se libertar.

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** Estagiária sob supervisão