A Moldávia anunciou, nesta segunda-feira (11), que convocou o embaixador russo para protestar contra a abertura de seções eleitorais na região separatista da Transnístria, com vistas às eleições presidenciais russas.

Durante o encontro marcado para esta terça, o Ministério das Relações Exteriores expressará ao diplomata seu “desacordo” sobre essa decisão, segundo uma mensagem publicada no Telegram.

Segundo as agências de notícias russas, seis seções eleitorais vão abrir em 17 de março, o dia principal de votação, para os 200.000 cidadãos russos que vivem na Transnístria.

Nas últimas eleições, foram abertas 24 seções no total.

O governo moldávio proibiu este ano o estabelecimento de seções eleitorais fora da missão diplomática russa na capital e advertiu contra qualquer ação “contraprodutiva”.

A Rússia realiza eleições presidenciais em meados deste mês, que, à falta de adversários reais, provavelmente resultarão na vitória de Vladimir Putin para um novo mandato de seis anos, apesar dos problemas suscitados pela ofensiva na Ucrânia.

A Moldávia, uma ex-república soviética situada entre Ucrânia e Romênia e que se aproximou da União Europeia, denuncia regularmente tentativas de desestabilização por parte de Moscou.

A situação é especialmente tensa na região separatista pró-Rússia da Transnístria, onde as autoridades locais pediram, em fevereiro, medidas de “proteção” ao Kremlin.

A Transnístria, um território de apenas 200 km de comprimento e 20 km de largura, proclamou unilateralmente sua independência em 1990 por medo de uma “romenização” da Moldávia, que, naquele momento, buscava sair da zona de influência soviética.

Depois do colapso da União Soviética, essa região russófona proclamou sua secessão e travou uma pequena guerra contra o Exército moldávio em 1992.

Desde esse instante, a Rússia mantém nesse território de 465.000 habitantes uma presença oficial de 1.500 militares em uma missão de manutenção da paz.

bur-ani-anb/jt/sag/mb/rpr/mvv