O índice DXY, que mede a variação do dólar ante seis pares globais, fechou em baixa nesta sexta-feira, 27, enquanto o mercado digeriu dados de inflação, confiança, consumo e renda nos EUA. O euro, principal componente do índice, operou sem impulso hoje ante a divisa americana, à medida que investidores precificam o aperto monetário do Banco Central Europeu (BCE), que deve começar no segundo semestre deste ano.

O DXY recuou 0,16% hoje e registrou queda semanal de 1,44%, aos 101,668 pontos. No fim da tarde em Nova York, o euro apreciava a US$ 1,0731, a libra avançava a 1,2627 e o dólar tinha leve depreciação a 127,08 ienes.

O foco do mercado hoje esteve em uma série de importantes indicadores da principal potência econômica do mundo. Segundo o Departamento do Comércio dos EUA, o índice de preços de gastos com consumo (PCE, na sigla em inglês), medida inflacionária usada pelo Federal Reserve (Fed), subiu 0,2% entre março e abril, mostrando alta de 0,3% em seu núcleo. O número representa desaceleração ante o resultado do mês anterior. Já os gastos com consumo subiram mais que o esperado, e a renda pessoal avançou um pouco abaixo do previsto.

Segundo o ING, o volume de gastos nos EUA indica que o Produto Interno Bruto (PIB) do país deve subir mais de 3% em taxa anualizada no segundo trimestre, após a contração nos primeiros três meses de 2022. Ao mesmo tempo, o banco avalia que o pico da inflação já foi superado, embora os preços demorarão a esfriar, e o Fed deve seguir com seu aperto monetário.

Já o índice de sentimento do consumidor americano recuou de 65,2 em abril para 58,4 em maio, mais que o esperado, e colocou pressão sobre o dólar mais cedo.

Para a Capital Economics, é provável que o rali do dólar seja retomado, uma vez que as projeções para a economia dos EUA estão “consideravelmente melhores” que as da Europa e Ásia. “A maioria das economias dessas regiões está lutando com um enorme choque nos termos de troca dos preços mais altos da energia e os efeitos dos bloqueios em andamento na China. Isso nos sugere que a economia dos EUA permanecerá em melhor posição para sustentar taxas de juros reais mais altas”, diz a casa.

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Embora o BCE ainda não tenha iniciado seu ciclo de aperto monetário, isso deve ocorrer nos próximos meses, segundo indicam vários dirigentes da entidade. Hoje, o integrante do Conselho do BCE e presidente do BC da Espanha, Pablo Hernández de Cos, expressou apoio ao plano de encerrar as compras de ativos no início do terceiro trimestre aumentar as taxas logo depois, mas não citou mês. Para o ING, o câmbio deve reverter o movimento dos últimos dias. “Com muito aperto do BCE agora no preço, o espaço para o euro se beneficiar ainda mais do fator de política monetária parece limitado”, avalia.

Entre emergentes, o rublo russo teve nova forte desvalorização ante o dólar, em meio às preocupações sobre um possível calote da dívida por Moscou. Hoje, segundo a Reuters, a Rússia pagou credores de dois títulos em moeda estrangeira, cujos pagamentos de juros venciam hoje. No período citado, o dólar subia a 66,285 rublos.


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