O dólar operou em alta nesta sexta-feira, 13, ante a maioria das moedas, com o ativo americano sendo buscado com refúgio diante do acirramento do conflito entre Israel e Irã. As perspectivas de uma escalada da guerra acabaram ofuscando outros temas, como a postura do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano), mas analistas avaliam que a questão deve voltar a ser central para os mercados de câmbio.
O índice DXY, que mede o desempenho do dólar frente a uma cesta de seis moedas fortes, subiu 0,27%, a 98,184 pontos. Por volta das 16h50 (horário de Brasília), o dólar subia para 143,90 ienes, enquanto o euro recuava para US$ 1,1546 e a libra era negociada em baixa, a US$ 1,3565.
A recuperação do dólar com o conflito entre Irã e Israel poderá ter efeitos limitados, tendo em vista que a moeda americana continua próxima do seu nível mais baixo em mais de três anos, avalia a Capital Economics.
A consultoria acredita que o futuro da política monetária do Fed terá um impacto mais duradouro sobre os mercados financeiros. “Isso sugere que há um consenso amplo no mercado de que uma escalada não é tão provável – o que é razoável, considerando que esse é o padrão visto na região ao longo dos últimos anos”, disse a Capital. A consultoria pondera que seria necessário um dano significativo na infraestrutura de energia ou no trânsito do Estreito de Hormuz para que os preços de energia subam de modo substancial.
Caso esse cenário se concretize, o dólar provavelmente teria forte valorização ante outras moedas graças a posição que os Estados Unidos conquistou como exportador líquido de petróleo, avançando particularmente sobre divisas da Europa e da Ásia, importadoras líquidas da commodity. “A dinâmica do dólar com os preços do petróleo mudou, tornando alta de ambos uma combinação mais comum”, destaca. No cenário base da Capital, contudo, o diferencial de juros do BC americano em relação aos outros bancos centrais do G10 é que deve ajudar na recuperação do dólar, embora de maneira mais modesta. “Ainda suspeitamos que o Fed terá que manter os juros até boa parte de 2026, enquanto os outros BCs continuarão cortando”, projeta.
O índice de sentimento do consumidor nos EUA, elaborado pela Universidade de Michigan, subiu de 52,2 em maio para 60,5 em junho. Essa é a primeira melhora do índice em seis meses. O resultado veio bem acima do esperado por analistas consultados pela FactSet, que previam alta mais modesta, a 53. O mercado manteve inalterada a expectativa de que o Fed volte a cortar juros a partir de setembro após o dado.