O dólar se valorizou ante outras divisas fortes nesta quarta-feira, impulsionado sobretudo pela fraqueza das principais moedas da Europa. Em meio à discussão sobre o início da redução das compras de ativos do Federal Reserve (Fed), o euro se enfraqueceu após um dirigente do Banco Central Europeu (BCE) sinalizar que o programa de relaxamento quantitativo (QE, na sigla em inglês) da autoridade monetária europeia não deve ser alterado em breve.

Perto do horário de fechamento do mercado em Nova York, o dólar subia a 109,15 ienes, o euro caía a US$ 1,2199 e a libra recuava a US$ 1,4128. O índice DXY, que mede a variação da divisa dos EUA contra seis pares, por sua vez, registrou alta de 0,45%, a 90,042 pontos, recuperando a marca simbólica de 90 pontos.

De acordo com o analista de mercado Joe Manimbo, da Western Union, o euro reagiu a uma declaração de Fabio Panetta, dirigente do BCE. Ele afirmou em uma entrevista que a instituição ainda não deve desacelerar o ritmo de compras de títulos por meio do programa emergencial conhecido como PEPP. Para o economista, as condições econômicas atuais não justificam uma retirada de estímulos. Ontem, outros membros da autoridade monetária europeia já haviam sinalizado postura semelhante.

“A calma antes dos grandes dados dos EUA no final da semana ajudou o dólar a formar um suporte provisório”, diz Manimbo, da Western Union, em referência ao índice de preços de gastos com consumo (PCE, na sigla em inglês), que sairá na sexta-feira, 28.

De acordo com analistas do BMO Capital Markets, o mais importante será ver como o salto do índice de preços ao consumidor (CPI) de abril impactou o núcleo do PCE, em meio ao debate sobre as pressões inflacionárias e o impacto disso na política monetária do Fed.

Único dirigente do banco central dos EUA a discursar hoje, Randal Quarles afirmou que se a economia cumprir as expectativas nos próximos meses, o debate sobre a redução gradual do programa de relaxamento quantitativo (QE, na sigla em inglês) poderia começar.

No final da tarde em NY, o dólar também caía a 19,8828 pesos mexicanos, depois da divulgação do Produto Interno Bruto (PIB) do México, e a 1,3723 dólares noruegueses, após o Banco Central da Noruega (RBNZ, na sigla em inglês) manter os juros, mas adotar um tom “hawkish”. “O banco não apenas revisou positivamente suas projeções de crescimento, inflação e emprego, mas também validou a precificação do mercado para o momento da primeira alta de juros, no 3 trimestre de 2022”, afirmam analistas do TD Securities.