O dólar tinha desempenho distinto ante as principais moedas fortes nesta terça-feira, 10, antes da divulgação de dados de inflação de agosto nos Estados Unidos, que podem modular apostas sobre o corte das taxas de juros pelo Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) na próxima semana. A moeda norte-americana subia ante o euro, com a moeda única pressionada pelas expectativa de alívio monetário no encontro do Banco Central Europeu (BCE), mas recuava ante o iene. A moeda americana rondava a estabilidade frente a libra.

O índice DXY, que mede a variação da moeda americana ante uma cesta de pares fortes, fechou em alta de 0,08%, a 101,630 pontos. O dólar se depreciava a 142,36 ienes. O euro se desvalorizava a US$ 1,1029, enquanto a libra apresentava valorização a US$ 1,3088.

O iene se recuperava frente ao dólar diante da expectativa de alargamento do diferencial de juros entre EUA e Japão. “Se o Fed reduzir a taxa de juros para restabelecer a estabilidade dos mercados acionários, pode dar suporte para o caso de o Banco do Japão (BoJ) seguir em frente”, escreveu o analista da Oanda, Kenny Fisher, em relatório.

A moeda resistiu mesmo após relatos de que autoridades do Banco do Japão veem pouca necessidade de aumentar a taxa de juros quando os membros do conselho se reunirem na próxima semana, já que ainda estão monitorando a volatilidade persistente nos mercados financeiros, informou a Bloomberg, citando pessoas familiarizadas com o assunto.

O euro continuou pressionado, sem engatar ânimo após a apresentação de propostas pelo ex-presidente do Banco Central Europeu (BCE) Mario Draghi para melhorar a produtividade. “Dada a natureza ‘esclerótica’ de tomada de decisões políticas europeias, para não mencionar o recente esvaziamento do centro político em todo o bloco, temos dificuldade em ver como as reformas necessárias podem ser implementadas”, afirmam os analistas do grupo financeiro Monex em nota. As perspectivas econômicas da zona euro permanecem sombrias, o que sustenta a visão negativa sobre o euro em relação a muitas outras moedas do G-10, afirmaram os analistas.

Na Argentina, o dólar blue subia a US$ 1.280 para a venda, segundo cotações do Ámbito Financiero. Os depósitos em dólares nos bancos na Argentina aumentaram 40%, totalizando US$ 19,8 bilhões desde que Javier Milei assumiu a presidência em dezembro de 2023, segundo a Bloomberg Linea.