O dólar se valorizou na comparação com rivais, em meio ao aumento da demanda pela segurança da moeda norte-americana, em um quadro de incertezas por conta do avanço galopante do coronavírus e do impasse entre governo e oposição por uma nova rodada de estímulos fiscais nos Estados Unidos.

No fim da tarde em Nova York, o dólar avançava a 104,85 ienes. O índice DXY, que mede a variação da moeda dos EUA ante uma cesta de seis rivais fortes, fechou em alta de 0,30%, a 93,045 pontos.

“Investidores nervosos estão voltando ao dólar enquanto os casos do vírus aceleram ao redor do mundo, as negociações por estímulos fiscais em Washington seguem em um limbo e a agitação cresce às vésperas da eleição presidencial americana”, resume o analista Joe Manimbo, do Western Union.

No último sábado, os EUA confirmaram mais de 83 mil diagnósticos de covid-19 em apenas 24 horas, superando com folga o recorde diário anterior, de 77 mil em junho. Com isso, a média móvel de 7 dias do número de infecções saltou a 68.767, de acordo com levantamento da Universidade Johns Hopkins, nível mais alto desde o início da epidemia.

O dólar foi favorecido ainda pelo enfraquecimento do euro e da libra, que, por volta das 17h, caíam a US$ 1,1813 e US$ 1,3022 respectivamente.

As divisas europeias têm se mostrado sensíveis à evolução das negociações entre Reino Unido por um acordo comercial para o período subsequente ao Brexit, como é conhecido o processo de saída do país insular do bloco europeu. Nesta segunda, o governo britânico disse que “ainda há diferenças” a serem superadas.

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O euro também foi prejudicado por sinais de impacto da nova onda de casos de covid-19 no continente nos dados econômicos. Na Alemanha,o índice de sentimento das empresas caiu de 93,2 pontos em setembro para 92,7 pontos em outubro, interrompendo uma sequência de cinco altas consecutivas.

“A direção da atividade claramente aponta para baixo, mas vai demorar algum tempo até que possamos entender a magnitude do declínio”, explica o BBH.

Ante emergentes, o dólar avançava a 8,0844 liras turcas, renovando máxima histórica, na esteira da piora nas relações entre França e Turquia, que levou o presidente turco, Recepp Erdogan, a exortar o boicote de produtos franceses. Há impacto ainda da decisão do BC local, na semana passada, de manter a taxa básica de juros inalterada em 10,25%.


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