O dólar voltou a se desvalorizar nesta quarta-feira, 16, atingindo novas mínimas frente ao euro, a libra esterlina, o iene japonês e o franco suíço. Após uma breve recuperação no pregão de ontem, a moeda americana retomou a trajetória descendente das cinco sessões imediatamente anteriores.
O índice DXY, que mede o desempenho do dólar frente a uma cesta de seis moedas fortes, cedeu 0,83%, para 99,38 pontos. A moeda americana se desvalorizava para 141,97 ienes, enquanto o euro se apreciava a US$ 1,1396 e a libra esterlina era negociada em alta, a US$ 1,3241.
Além de histórica – o DXY já recuou 8% em 2025, seu pior início de ano desde 1995 – a desvalorização do dólar é surpreendente. Manuais de economia ensinam que moedas estrangeiras tendem a se desvalorizar quando economias são atingidas por tarifas, ajudando a baratear os produtos para compensar os custos extras.
Dessa vez, no entanto, investidores reagiram às políticas comerciais contraditórias do presidente norte-americano, Donald Trump, se desfazendo de ativos denominados em dólar. À medida que os investidores vendem esses ativos, eles os convertem capital de volta a suas moedas de origem, aumentando seu valor.
A desvalorização do dólar também tem alimentado dúvidas sobre os danos provocados pela política comercial de Trump à economia americana – e se o dólar continuará sendo um porto seguro para investidores em tempos de estresse nos mercados.
A Casa Branca tem enviado sinais ambíguos sobre a questão cambial, mas alguns assessores econômicos do presidente já sinalizaram que gostariam de ver a moeda americana mais fraca. Trump já argumentou, no passado, que a força do dólar tornou a indústria do país menos competitiva e alimentou os déficits comerciais que ele agora tenta eliminar com suas tarifas.
No país vizinho, o dólar canadense voltou a ganhar força contra a moeda americana depois que o Banco do Canadá decidiu manter a taxa básica de juros a 2,75% ao ano, como previsto. Em comunicado, a instituição destacou que as tarifas dos EUA diminuíram as perspectivas de crescimento econômico do país.
*Com informações da Dow Jones Newswires