Moedas Globais: dólar registra queda com expectativas por corte de juros acima de 80%

O dólar operou em queda ante pares globais nesta terça-feira, 25, conforme investidores consolidam expectativas para cortes de juros, avaliando a retomada da publicação de dados econômicos oficiais dos EUA. Enquanto isso, o mercado britânico aguarda a divulgação do orçamento do governo, prevista para quarta-feira, 26.

O índice DXY, que mede o desempenho do dólar frente a uma cesta de seis moedas fortes, caiu 0,48%, a 99,664 pontos. Por volta das 17h50 (de Brasília), o dólar caía a 156,16 ienes, enquanto o euro subia a US$ 1,1561 e a libra avançava a US$ 1,3158.

Operando próximo da estabilidade na madrugada, a moeda norte-americana passou a cair durante o dia. Apesar de diminuir as perdas após a publicação do índice de preços ao produtor (PPI, na sigla em inglês), a moeda não conseguiu superar as rivais.

Com as apostas de um corte de juros atingindo 82,7%, segundo ferramenta do CME Group, o ING afirma que a flexibilização já se tornou um “cenário básico” para os mercados. Com isso, a curto prazo, o banco aponta “riscos significativos” para uma correção do dólar.

O BBH observa uma tendência de queda acentuada para a moeda norte-americana, que deve “consolidar ganhos recentes” antes da decisão do Comitê Federal de Mercado Aberto (FOMC, na sigla em inglês).

No Reino Unido, investidores estão “preocupados”, enquanto se preparam para a divulgação do orçamento pelo governo, afirma o ING. Enfraquecida ante pares nos últimos dias, a libra deve registrar um movimento de “alívio” caso o orçamento do governo seja “fiscalmente responsável”, pondera o Macquarie Group. “Ainda assim, é possível que uma responsabilidade fiscal baseada em aumento de impostos venha ao custo de um crescimento de longo prazo mais fraco no Reino Unido, nova fuga de capitais e/ou mais erosão da estabilidade política britânica. … Um orçamento politicamente impopular, mesmo que fiscalmente responsável, pode preparar o terreno para a retomada da fraqueza da libra após o rali de alívio”, afirmam ainda os analistas.