O dólar operou em queda ante moedas rivais nesta segunda-feira, com investidores mais propensos ao risco em dia de agenda esvaziada de indicadores econômicos nos EUA. Investidores ainda acompanharam discursos de dirigentes do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano), de olho na trajetória inflacionária dos Estados Unidos.

O Dollar Index (DXY), que mede a variação do dólar ante seis moedas fortes, recuou 0,19% hoje, aos 89,844 pontos. O euro, principal componente do índice, esteve entre as moedas de países desenvolvidos que mais apreciaram em relação ao dólar, operando em alta a US$ 1,2220 no fim da tarde de NY. Já a libra se recuperou de queda durante parte da sessão e subia a US$ 1,4160, enquanto o dólar recuava a 108,79 ienes.

Para o analista sênior do Western Union Joe Manimbo, a perspectiva de melhora da economia global em 2021 favoreceu moedas rivais do dólar. Este cenário, diz o ING, deve se estender no restante da semana. “Os baixos níveis de volatilidade devem continuar a favorecer o comportamento de busca de risco nos mercados de câmbio”, afirma o banco holandês, acrescentando que o DXY pode cair novamente para o patamar dos 89,65 pontos, a menos que autoridades do Fed sinalizem retirada de estímulos.

Nesta segunda-feira, investidores acompanharam falas da diretora do Fed Lael Brainard, que afirmou esperar alta na inflação dos EUA este ano, mas ainda sob expectativas “ancoradas” e com base em fatores transitórios. Mensagem semelhante foi dita pelo presidente da distrital de Atlanta do Fed, Raphael Bostic, que acrescentou que a entidade monetária deve ter uma “visão mais clara” da inflação americana a partir do verão no país, que vai do fim de junho ao fim de setembro.

Quanto à política monetária, o presidente do Fed de St. Louis, James Bullard, disse que a instituição pode iniciar a redução do volume do seu programa de compra de ativos nos próximos meses, ressaltando, porém, que ainda não é o momento para tratar do assunto. Recentemente, dois membros do Fed – Robert Kaplan, da regional de Dallas, e Patrick Harker, da distrital da Filadélfia – defenderam o início do debate sobre a retirada de estímulos à economia.

*Com informações de Dow Jones Newswires