O índice DXY, que mede o dólar ante uma cesta de moedas fortes, caiu nesta quarta-feira, 15, após indicadores mistos dos Estados Unidos. Além disso, foram monitorados dados considerados em geral fracos da China, que reforçaram certa cautela com a economia global e os riscos trazidos pela variante delta da covid-19.

No fim da tarde em Nova York, o dólar caía a 109,39 ienes, o euro subia a US$ 1,1816 e a libra avançava a US$ 1,3845. O DXY recuou 0,08%, a 92,548 pontos.

O índice de atividade industrial Empire State, que mede as condições no Estado de Nova York, subiu de 18,3 em agosto a 34,3 em setembro, ante expectativa de 17,5 dos analistas ouvidos pelo Wall Street Journal. A produção industrial dos EUA, porém, avançou 0,4% em agosto ante julho, abaixo da expectativa de alta de 0,5% dos analistas. A Capital Economics avaliou ainda que a variante delta e os impactos da passagem do furacão Ida devem fazer a indústria americana perder mais fôlego em setembro.

Após o dado de produção industrial, o dólar ampliou a queda, embora sem tanto impulso. A moeda americana já recuava desde o início do dia, com certa cautela em alguns mercados diante de dados da China. Leituras abaixo da expectativa da produção industrial e das vendas no varejo do país estavam em foco desde a madrugada.

Sobre as moedas emergentes, o Bank of America comenta que algumas divisas da América Latina podem passar a ter prêmio de risco mais baixo, diante de juros estáveis nos EUA e de posturas hawkish de bancos centrais da região. O BofA diz que o real pode se beneficiar de juros mais altos, mas também considera que “o ruído político é alto” no Brasil. O peso mexicano pode se beneficiar de juros mais altos, enquanto o peso argentino estaria sobrevalorizado e deve ter uma correção após eleição legislativa de novembro, diz o banco. Além da incerteza política, dúvidas sobre o quadro fiscal devem seguir como fatores importantes para volatilidade em alguns países da região, considera o BofA.

Hoje, o dólar avançava a 98,2839 pesos argentinos. Alguns ministros do governo do presidente Alberto Fernández pediram demissão hoje, depois da derrota da situação nas primárias de domingo para a disputa de novembro.

Olhando para o horizonte de mais longo prazo, o Barclays afirma em relatório que o dólar deve continuar apoiado ao longo do próximo ano. Para o banco, os motivos para isso são a política monetária do Federal Reserve (Fed, o banco central americano) e também a demanda pela segurança da moeda americana.