O dólar voltou a se desvalorizar frente às principais moedas globais nesta sexta-feira – depois de encerrar uma sequência de três quedas consecutivas na véspera -, pressionado por preocupações renovadas sobre a política tarifária do presidente norte-americano, Donald Trump, e por receios persistentes sobre a situação fiscal dos Estados Unidos.
O índice DXY, que mede o desempenho do dólar frente a uma cesta de seis moedas fortes, caiu 0,85%, a 99,112 pontos. Por volta das 16h50 (horário de Brasília), o dólar cedia para 142,54 ienes, enquanto o euro subia para US$ 1,1359 e a libra era negociada em alta, a US$ 1,3529.
Na manhã desta sexta-feira, Trump afirmou que “tem sido muito difícil lidar” com a União Europeia e que as negociações com o bloco “não estão indo a lugar nenhum”.
As negociações comerciais do país com a UE, a China, o Japão e a Coreia do Sul parecem estar em um impasse, dizem em nota os analistas da Monex Europe. Embora os fundamentos ainda favoreçam o dólar, os mercados têm sido lentos em adotar uma visão mais positiva sobre a moeda, afirmam.
O euro continua se beneficiando por ser a alternativa mais líquida ao dólar, afirma em nota Chris Turner, analista do ING Group. Segundo ele, estão surgindo evidências de que a realocação de carteiras está favorecendo a moeda europeia.
Os dados mais recentes de balanço de pagamentos da zona do euro mostraram que residentes da região repatriaram 40 bilhões de euros em posições acionárias estrangeiras em março, o maior ingresso desde setembro de 2022.
A libra esterlina atingiu o maior nível em três anos frente ao dólar, impulsionada pela fraqueza da moeda americana e por dados acima do esperado de vendas no varejo no Reino Unido. A conclusão é que os consumidores continuam gastando, o que “estabelece um piso para o quanto o crescimento do Reino Unido pode desacelerar”, dizem os analistas da Monex Europe.
O iene também deve continuar valorizado, já que os dados mais recentes da inflação do Japão mantêm viva a possibilidade de mais um aumento dos juros ainda neste ano, afirma em nota Derek Halpenny, do MUFG Bank.
*Com informações da Dow Jones Newswires