O dólar perdeu força contra seus principais pares globais nesta segunda-feira, 2, em meio ao agravamento das tensões entre Washington e Pequim e ameaças do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de dobrar as tarifas de importação americanas sobre o aço e o alumínio, de 25% para 50%, a partir desta quarta-feira. Além disso, a divulgação de dados econômicos mais fracos do que o esperado pressionaram o dólar ao renovarem temores sobre uma recessão nos Estados Unidos.
O índice DXY, que mede o desempenho do dólar frente a uma cesta de seis moedas fortes, caiu 0,63%, a 98,706 pontos. Por volta das 16h50 (horário de Brasília), o dólar caía para 142,69 ienes, enquanto o euro avançava para US$ 1,1444 e a libra era negociada em alta, a US$ 1,3548.
Em comunicado divulgado pela manhã, o Ministério do Comércio da China rebateu a alegação de que teria violado o acordo comercial firmado com os EUA, no mês passado, e prometeu tomar medidas para defender seus interesses comerciais. Na semana passada, Trump acusou a China de descumprir o acordo que reduziu por 90 dias as tarifas de importação entre os dois países.
“O dólar está sentindo o impacto dessa ruptura entre os EUA e a China”, escreve Peter Cardillo, da Spartan. O DXY fechou o mês de maio com queda de 8,4% no acumulado do ano – o pior desempenho já registrado para o período, segundo dados da Dow Jones Market Data – e pode continuar caindo, “à medida que a guerra comercial se intensifica e os temores de recessão continuam a crescer”.
As tarifas mais altas sobre o aço e o alumínio podem estar por trás da fraqueza do dólar, afirma Stuart Jenkins, do Goldman Sachs. Embora observe que os metais representam uma pequena parcela das importações americanas “e devem ter um impacto modesto” na tarifa efetiva do país, Jenkins afirma que o episódio mostra que o governo tem outras formas de sobretaxar suas importações, já que a autoridade invocada até agora está sendo contestada nos tribunais.
Para os analistas do HSBC, o dólar está vulnerável a qualquer sinal de fraqueza da economia americana e tende a reagir mais a dados fracos do que a dados fortes. Divulgado hoje pelo ISM, o índice de atividade industrial (PMI, na sigla em inglês) dos EUA caiu para 48,6 em maio. Após a divulgação, o DXY atingiu o menor nível em seis semanas, de 98,612.
*Com informações da Dow Jones Newswires