Com o apetite por risco em alta no mercado, o dólar recuou ante outras divisas fortes nesta sexta-feira, 8, mas registrou ganho semanal. Se nesta sexta prevaleceu o otimismo com a reabertura econômica e uma perda de empregos menor do que o esperado em abril nos Estados Unidos, o início da semana foi marcado pela cautela com as tensões entre Washington e Pequim, em meio à pandemia de coronavírus.
No fim da tarde em Nova York, o dólar subia a 106,70 ienes, enquanto o euro avançava a US$ 1,0841 e a libra registrava alta a US$ 1,2407. O índice DXY, que mede a variação da divisa americana ante uma cesta de seis rivais, cedeu 0,16%, a 99,734 pontos, mas registrou ganho de 0,66% na semana.
“Embora os dados tenham mostrado uma imagem horrível do mercado de trabalho, não foram tão ruins quanto as previsões, o que motivou esperanças de uma recuperação econômica em forma de V nos próximos meses”, afirma o analista Joe Manimbo, do Western Union, em referência do payroll (dado de emprego) de abril, que mostrou o fechamento de 20,5 milhões de postos de trabalho nos EUA e taxa de desemprego de 14,7%.
O otimismo nos mercados financeiros, que já era impulsionado pelos processos de reabertura econômica em alguns países e pelo arrefecimento das tensões entre a China e os EUA, aumentou e levou os investidores a buscarem menos dólares. Especulações de que o Federal Reserve (Fed, o banco central americano) poderia levar os juros para o território negativo em 2021 também enfraqueceram a moeda americana.
O dólar, porém, encerrou em alta uma semana que começou com ameaças do presidente americano, Donald Trump, de impor tarifas à China como punição por uma suposta negligência do país asiático em relação à pandemia de coronavírus.
A fraqueza do euro no início da semana também ajudou a impulsionar o dólar. A moeda europeia foi pressionada por uma decisão judicial que considerou inconstitucionais algumas partes do programa de compra de ativos dos Banco Central Europeu (BCE). Segundo Manimbo, do Western Union, uma declaração da presidente do BCE, Christine Lagarde, de que a instituição é independente, ajudou na recuperação do euro.
Ante divisas emergentes e ligadas a commodities, a moeda americana caía a 73,556 rublos russos, a 18,3615 rands sul-africanos e a 23,7677 pesos mexicanos, mas subia a 67,2778 pesos argentinos, no final da tarde em Nova York.
Na Argentina, segundo o jornal Cronista, o presidente Alberto Fernández concordou com uma extensão de duas semanas no prazo para a renegociação da dívida do país com credores, que terminaria nesta sexta-feira. Segundo a Oxford Economics, um “default desordenado” pode ser evitado. Nesta sexta, a S&P Global rebaixou o rating de transferência e conversibilidade do país de B- para CCC-.