O dólar recuou ante os principais rivais nesta sexta, 29, com uma queda acentuada ante o iene, que prolonga um fortalecimento da moeda japonesa nas últimas sessões. Na comparação com o euro, houve uma pequena desvalorização, que seguiu a publicação do índice de preços ao consumidor (CPI, na sigla em inglês) da zona do euro, que apresentou avanço em novembro. A semana termina com queda para o dólar, mas o ativo americano encerra o mês com alta, seguindo a eleição de Donald Trump.

O índice DXY, que mede a variação da moeda americana ante uma cesta de pares fortes, recuava 0,37%, a 105,747 pontos, às 16h48. No mês, o índice subia 1,43%. Perto do fechamento de Nova York, o dólar caia a 149,86 ienes, o euro subia a US$ 1,0560 e a libra avançava a US$ 1,2717.

O dólar finalmente atingiu um pico esta semana, com o índice DXY registrando sua primeira queda semanal desde o final de setembro, avalia a Capital Economics. “Dada a contínua resiliência da economia dos EUA – esperamos que os inquéritos ISM dos EUA da próxima semana e as folhas de pagamento não agrícolas tenham recuperado em linha com outros dados recentes dos EUA – e uma piora das perspectivas em outros lugares, não pensamos que este seja o início de uma crise mais profunda de revés para o dólar”, pondera.

“Mas dado que o otimismo em torno das perspectivas econômicas dos EUA já aumentou significativamente nas últimas semanas, enquanto o pessimismo em torno de muitas outras grandes economias se aprofundou, a barreira para uma nova mudança nas taxas de juro esperadas a favor dos EUA no curto prazo é bastante elevada”, indica a consultoria. “Como tal, um período de consolidação até ao final do ano parece o cenário mais provável, embora os riscos continuem a favorecer o dólar e prevejamos uma nova recuperação ao longo de 2025”, conclui.

No caso da alta do iene, a Capital Economics avalia que os dados recentes do Japão sugerem que as pressões inflacionárias estão se tornando mais sustentadas. O CPI, excluindo alimentos in natura, acelerou para 2,2% na região metropolitana de Tóquio em novembro, ante igual mês de 2023. Em outubro, a alta foi de 1,8%. O levantamento de Tóquio é visto como um referencial da tendência nacional. “Isto reforça o argumento para que o Banco do Japão (BoJ, na sigla em inglês) apresente outro aumento das taxas de 25 pontos base na sua reunião de dezembro, como há muito esperávamos”, afirma a consultoria.

O peso mexicano acelerou o ritmo de valorização sobre o dólar depois que a mídia local informou que o senador mexicano Marcelo Ebrard afirmou já ter uma proposta de negociação com o presidente eleito dos EUA, Donald Trump, a respeito de tarifas. Ao final da tarde, o dólar era cotado a 20,2876 pesos, ante 20,4529 na sessão anterior.