O dólar operou em queda ante rivais nesta quarta-feira, 14, e o Dollar Index (DXY), índice que mede a variação da divisa americana ante seis outras divisas fortes, recuou diante da força do euro. A moeda única se beneficiou de comentários de dirigentes do Banco Central Europeu (BCE), que asseguraram a acomodação monetária na zona do euro.

O DXY fechou em queda de 0,18%, aos 91,690 pontos. Já o euro apreciava a US$ 1,1980 no fim da tarde em Nova York, enquanto a libra também operava em alta ante o dólar, a US$ 1,3783, ignorando a saída do ex-economista chefe do Banco Da Inglaterra (BoE, na sigla em inglês) Andy Haldane, anunciada ontem. Em relação à divisa japonesa, o dólar tinha queda a 108,93 ienes.

Principal componente do DXY, o euro foi quem puxou a maior parte da queda do dólar hoje. A divisa europeia repercutiu falas da presidente do BCE, Christine Lagarde, e do vice-presidente da instituição, Luis de Guindos, que apontaram para a manutenção da política monetária acomodatícia na zona do euro no futuro próximo.

O movimento do dólar também foi uma extensão da queda de ontem, com investidores céticos com um possível aperto da política monetária do Federal Reserve (Fed, o banco central americano), apesar dos sinais de alta na inflação dos EUA e de forte recuperação da economia local.

Em comentários durante evento do Clube Econômico de Washington hoje, o presidente da instituição, Jerome Powell, afirmou que os EUA estão entrando em um período de rápido crescimento. Powell ainda disse que o Fed reduzirá o seu volume de compras de ativos “bem antes” de aumentar a taxa básica de juro.

Diante deste cenário, investidores apenas acompanharam a divulgação do Livro Bege do Fed, que reforçou a percepção de alta nos preços e recuperação da economia e do emprego nos EUA.

De acordo com o ING, segundo reportou a Dow Jones Newswires, a percepção atual do mercado é a de que o dólar está caro em relação à maioria das moedas das principais economias mundiais, à medida que os investidores já precificaram em grande parte a aceleração da economia e inflação americanas. Isto, e a provável recuperação na zona do euro, com a vacinação contra a covid-19 ganhando ritmo no Velho Continente, serão fatores a pesar sobre o dólar nos próximos meses, avalia o banco holandês.

*Com informações de Dow Jones Newswires