O dólar recuou contra moedas de mercados desenvolvidos nesta quarta-feira, 3, com exceção do iene, em meio a falas do presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) e de vários dirigentes, e após uma rodada de dados sobre a economia americana, que sustentaram as expectativas por início do afrouxamento monetário em junho.

No fim da tarde em Nova York, o dólar subia a 151,68 ienes, o euro avançava a US$ 1,0836 e a libra tinha alta a US$ 1,2651. O índice DXY, que mede o dólar ante uma cesta de moedas fortes, registrou baixa de 0,54%, a 104,249 pontos.

Na Europa, o mesmo aconteceu: a inflação ao consumidor (CPI) da zona do euro desacelerou um pouco além do esperado na leitura de março, caindo a 2,4% ao ano, com núcleo desacelerando a 2,9%, abaixo das expectativas de 3,0%. Somado a isso, as falas do dirigente do Banco Central Europeu (BCE), Pablo Hernandez de Cos corroboram as expectativas de que o corte de juros da instituição começará em junho.

Segundo o City Index, a impressão de inflação mais fraca na Europa significa que os investidores estão mais confiantes de que o primeiro corte nas taxas do BCE acontecerá em junho. Porém, a leitura “ruim” de dados dos Estados Unidos compensou o dado europeu.

Nos EUA, hoje, o presidente do Fed, Jerome Powell, voltou a destacar a incerteza no quadro econômico americano, e também reafirmou que o Fed avaliará o quadro reunião a reunião. Assim como tem feito em suas aparições, ele lembrou que a maioria dos dirigentes considera que deve ser apropriado cortar os juros em algum momento neste ano. Sem nenhuma declaração nova, o câmbio chegou a ganhar fôlego pontual, mas durou pouco tempo antes de estender as perdas.

Antes de Powell, o dólar já havia recuado contra moedas desenvolvidas depois de a ADP divulgar a geração de 184 mil empregos no setor privado dos EUA em março, acima da expectativa de analistas consultados pela FactSet. Somado a isto, o índice de gerentes de compras (PMI) de serviços dos Estados Unidos caiu de 52,3 em fevereiro para 51,7 em março, segundo a S&P Global; enquanto segundo o ISM, o PMI de serviços caiu a 51,4 em março, ambos ficando abaixo da previsão.

Além de Jerome Powell, o presidente do Fed em Atlanta, Raphael Bostic, disse pela manhã que espera apenas um único corte de juros em 2024, que viria no quarto trimestre, caso a economia evolua como esperado.

Entre moedas emergentes, o peso chileno teve forte valorização ante o dólar, após o banco central do país cortar juros ontem, após o fechamento dos mercados, mas reduzir o ritmo de relaxamento monetário com uma redução de 75 pontos-base, ao destacar o repique inflacionário no primeiro trimestre. Às 17h (de Brasília), o dólar caía a 954,80 pesos chilenos.