Moedas Globais: dólar opera sem sinal único, de olho em Ucrânia e com expectativas pelo Fed

O dólar operou sem sinal único nesta terça-feira, 19, com atenções às tratativas pela guerra da Ucrânia, que são vistas com cautela sobre a capacidade de atingirem resultados concretos. Neste cenário, a expectativas pelas sinalizações do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) nesta semana, incluindo declarações de dirigentes, sobre os próximos passos da autoridade são destaque para o câmbio.

O índice DXY, que mede o desempenho do dólar frente a uma cesta de seis moedas fortes, fechou em alta de 0,10%, a 98,265 pontos. Por volta das 16h50 (de Brasília), o euro se depreciava a US$ 1,1649 e a libra recuava a US$ 1,3488. A moeda americana tinha alta ante a japonesa, cotada a 147,53 ienes.

Os mercados cambiais registraram volatilidade modesta com o surgimento de notícias de Washington, com o dólar se mantendo cotado em alta e o euro em oferta, aponta o ING. “Isso pode refletir alguma decepção marginal pelo fato de a cúpula não ter apresentado um roteiro mais claro para um cessar-fogo. Embora o caminho para a paz na Ucrânia pareça um pouco mais claro após as cúpulas da sexta-feira e da segunda-feira, os mercados permanecem cautelosos. Isso é compreensível, visto que as negociações mais desafiadoras – particularmente sobre questões territoriais – ainda estão por vir”, avalia.

Os desenvolvimentos macroeconômicos dos EUA continuam sendo mais importantes para o dólar, embora o calendário esteja bastante tranquilo antes do Simpósio Jackson Hole do Fed, que começa na quinta-feira, aponta. Em outras palavras, as informações que determinarão se o presidente Jerome Powell adotará uma mudança mais moderada já estão diante de nós. “A precificação futura dos fundos do Fed para setembro nos diz que os mercados ainda acreditam que tal mudança está chegando – embora o grande salto na inflação do índice de preços ao produtor (PPI, na sigla em inglês) de julho tenha inevitavelmente adicionado uma camada de incerteza, avalia.

A vice-presidente de Supervisão do Fed, Michelle Bowman, afirmou que ainda não mudou sua visão sobre política monetária, mantendo a defesa da redução de juros, já indicada no começo deste mês e na última reunião de política monetária, em julho, devido às condições do mercado de trabalho. “Suspeitamos que o dólar possa perder algum suporte à medida que nos aproximamos da ata do Fed de amanhã – o risco é que mais de dois membros expressem abertura para cortes – e de Jackson Hole”, aponta a Capital Economics.