O dólar operou sem direção única ante pares globais, em meio a apostas no direcionamento de política monetária dos Estados Unidos, enquanto o mercado pondera quem será o substituto do presidente do Federal Reserve (Fed) Jerome Powell. Já o iene se fortaleceu após o Banco do Japão (BoJ, em inglês) sinalizar aumentos nos juros.
O índice DXY, que mede o desempenho do dólar frente a uma cesta de seis moedas fortes, teve queda de 0,06%, a 99,402 pontos. Por volta das 17h50 (de Brasília), o dólar caía a 155,51 ienes, enquanto o euro subia a US$ 1,1611 e a libra perdia a US$ 1,3213.
Estendendo a queda da semana anterior, o dólar pode continuar o movimento de baixa caso as apostas por cortes nos juros do país se concretizem, já que a moeda ainda não precificou completamente a possibilidade de corte nos juros dos EUA, afirma o banco ING.
Outro fator pesando sobre o dólar é a possibilidade de o diretor do Conselho Nacional de Economia dos EUA, Kevin Hassett, ser apontado como o novo presidente do Fed, diz o FP Markets. Para os analistas, a nomeação cria um “obstáculo considerável para o dólar” no próximo ano, levando em conta que “outros grandes bancos centrais aparentemente se aproximam do fim de seus ciclos de afrouxamento monetário”.
No Japão, o cenário de política monetária aparenta ser o oposto, com o presidente do BoJ, Kazuo Ueda, afirmando que a instituição discutirá um possível aumento dos juros na próxima reunião, ainda em dezembro. A fala impulsionou o iene a uma alta de duas semanas ante o dólar, segundo o LMAX Group.
Para o Swissquote, um ajuste para cima da taxa e “contrabalancear o impulso fiscal” da primeira-ministra Sanae Takaichi é a decisão correta, levando em conta que as políticas do governo podem impulsionar mais a inflação do país.
“Porém, se o Banco do Japão aumentar as taxas de juros, os rendimentos dos títulos japoneses subirão, e o capital japonês poderá deixar um rombo significativo no sistema financeiro global em um momento em que todos se perguntam se não levamos a valorização impulsionada pela inteligência artificial (IA) longe demais”, afirma o banco.
*Com informações de Dow Jones Newswires.