Moedas globais: dólar opera em baixa ante rivais, em dia de Fed

O dólar operou em queda ante rivais nesta quarta-feira, 28, dia marcado pela divulgação da decisão de política monetária do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano). O tom dovish das falas do presidente da instituição, Jerome Powell, em coletiva de imprensa que seguiu o anúncio da decisão, levou a moeda americana a aprofundar sua desvalorização em relação a outras moedas fortes.

O Dollar Index (DXY), que mede a variação do dólar ante seis divisas rivais, fechou em queda de 0,33%, aos 90,609 pontos. O euro, principal componente do marcador, se valorizava a US$ 1,2128 no fim da tarde em Nova York, assim como a libra subia a US$ 1,3945 no mesmo horário. Já o dólar cedia a 108,64 ienes.

O DXY manteve queda modesta logo após a decisão do Fed de manter a configuração de sua política monetária, conforme amplamente esperado por analistas consultados pelo Broadcast. Em comunicado, o BC americano reconheceu a melhora econômica observada nos Estados Unidos, diante da vacinação em massa no país, bem como a alta na inflação do país, ainda que por razões transitórias “na maior parte”.

O dólar passou a cair com mais força, porém, diante das falas de Powell depois da decisão. O dirigente do Fed adotou um discurso considerado dovish, ao rejeitar discussões sobre um aperto monetário no momento e afirmar que o Fed manterá um “apoio poderoso” à economia dos EUA até que ela se recupere por completo.

Na Europa, investidores acompanharam a presidente do Banco Central Europeu (BCE), Christine Lagarde, afirmar que pode haver uma retomada robusta da economia da zona do euro no segundo semestre deste ano. Ainda que tenha ponderado que é “cedo” para dizer que o pior da pandemia de covid-19 ficou para trás no continente, ela destacou a meta de vacinar 70% da população europeia até o fim de junho.

Hoje ainda foi anunciado o resultado da votação no Parlamento Europeu sobre o acordo comercial entre União Europeia (UE) e o Reino Unido para o período pós-Brexit. O pacto foi ratificado pelos congressistas. Segundo Lagarde, o BCE já observa uma redução significativa no comércio entre o bloco e o país após a saída dos britânicos.

O recrudescimento da pandemia de coronavírus em países de economias emergentes segue no panorama das negociações, com a situação na Índia em destaque. Para a Capital Economics, a lenta vacinação nestas regiões e as novas ondas de infecções devem pesar sobre a recuperação econômicas dos países, o que afetará a performance de moedas emergentes em relação ao dólar neste ano.