Moedas Globais: dólar opera em alta, com reforço de visões de Fed mais rígido, antes de Powell

O dólar operou em alta nesta quinta-feira, 21, reforçado por perspectivas para uma postura mais rígida do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano), o que foi corroborado pela declaração de uma série de dirigentes do banco central americano hoje, além da divulgação de dados robustos da economia americana, como o índice de gerentes de compras (PMI, na sigla em inglês). Agora, as atenções se voltam para o discurso do presidente do Fed, Jerome Powell, no Simpósio de Jackson Hole, na sexta-feira.

O índice DXY, que mede o desempenho do dólar frente a uma cesta de seis moedas fortes, fechou em alta de 0,41%, a 98,619 pontos. Por volta das 16h50 (de Brasília), o euro se depreciava a US$ 1,1606 e a libra recuava a US$ 1,3416. A moeda americana tinha alta ante a japonesa, cotada a 148,40 ienes.

A pressão política sobre a renúncia da diretora Lisa Cook, do Fed, pesou brevemente sobre o dólar ontem. Duvidamos que o dólar se desvalorize muito mais com essa notícia, visto que o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, também frequentemente pede a renúncia imediata de Powell, afirma o ING.

É justo dizer que o otimismo em relação a um potencial acordo de cessar-fogo/paz na Ucrânia está diminuindo, afirma o banco holandês. “A afirmação de ontem do Ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Lavrov, de que a Rússia teria que fazer parte de quaisquer garantias de segurança futuras sugere que o Ocidente e a Rússia permanecem distantes. De fato, parece que o próximo passo aqui é Washington voltar a apoiar sanções secundárias. Observamos que o petróleo e o gás natural subiram nas últimas 24 horas. Isso representa um leve declínio para o euro”, pontua.

Por sua vez, tanto as preocupações convencionais quanto as não convencionais apontam para uma fraqueza adicional moderada do dólar e, consequentemente, o Bank of America elevou sua projeção euro a US$ 1,20 para o final deste ano e US$ 1,25 para o final de 2026. “Preocupações estagnadas generalizadas, particularmente o enfraquecimento do mercado de trabalho, implicam em uma queda ainda maior do dólar, já que a atividade mais branda pode ratificar as expectativas do mercado quanto à ação do Fed”, avalia. De forma menos convencional, preocupações com a independência do Fed e a qualidade dos dados dos EUA também são fatores que corroem a posição do dólar, conclui.

O peso chileno recuou ante ao dólar, seguindo a notícia de que o ministro da Fazenda do Chile, Mario Marcel, renunciou ao cargo. A decisão estaria vinculada a razões de caráter pessoal. No final da tarde, o dólar era cotado a 970,75 pesos chilenos.