O dólar operou em alta ante moedas rivais nesta sexta-feira, retomando a tendência de alta interrompida ontem, após a divulgação da inflação ao consumidor dos Estados Unidos em maio. A fraqueza do euro sustentou a alta do Dollar Index (DXY), que mede a variação da moeda americana ante seis rivais. A moeda comum seguiu pressionada pela decisão de ontem do Banco Central Europeu (BCE), que manteve as ferramentas da sua política monetária.

O DXY fechou em alta de 0,53% hoje, e de 0,46% na semana, aos 90,555 pontos. No fim da tarde em Nova York, o euro recuava a US$ 1,2110, enquanto a libra cedia a US$ 1,4112. Já o dólar apreciava a 109,69 ienes.

Após o índice de preços ao consumidor (CPI, na sigla em inglês) nos EUA registrar em maio o seu maior avanço desde agosto de 2008 – insuficiente, porém, para alterar a percepção de investidores de que o Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) não vai antecipar a retirada dos estímulos no país – o foco se volta à reunião do Comitê do Fed, que divulga sua decisão de política monetária na próxima quarta-feira, 16.

A Capital Economics estima que a instituição não deve anunciar no encontro da semana que vem qualquer plano concreto para o “tapering”, como é chamado o processo de retirada gradual do apoio monetário. “Qualquer dica em relação a este tema, porém, pode dar suporte ao dólar e aos juros dos Treasuries”, diz a consultoria britânica, em relatório enviado a clientes.

Ao contrário do dólar, o euro mostrou fraqueza durante o dia e estendeu as perdas de ontem ante a moeda americana. A divisa europeia operou “de ressaca” após a decisão de política monetária do BCE, segundo definiu o analista sênior do Western Union Joe Manimbo. “O BCE sinalizando que não tem planos iminentes para reduzir o estímulo monetário conteve a visão de que o BC da zona do euro reduzirá suas compras de títulos antes do Fed”, explicou Manimbo.

Já a libra esterlina sofreu impacto das incertezas quanto à retomada das atividades no Reino Unido, afirma o analista. A alta nos casos da variante delta do novo coronavírus, mais contagiosa que a cepa britânica, tem feito com que autoridades reavaliem a possibilidade de o país reabrir completamente a sua economia no próximo dia 21, como está previsto.

Entre moedas emergentes, o rublo russo chegou a bater máximas diárias ante o dólar após o banco central da Rússia elevar a sua taxa de juro em 0,5 ponto porcentual, para 5,5% ao ano. O movimento, porém, não se sustentou, e a moeda americana se valorizava a 72,223 rublos perto do horário de fechamento dos mercados em NY.