Moedas globais: dólar opera em alta ante pares, com foco em recuperação nos EUA

O dólar operou em alta ante suas principais moedas concorrentes nesta terça-feira, com as perspectivas de recuperação robusta da economia dos Estados Unidos neste ano apoiando a divisa americana. A alta dos juros dos Treasuries também deu suporte ao dólar, com a perspectiva de avanço na inflação alimentando a expectativa de aperto monetário no futuro.

No fim da tarde em Nova York, o euro recuava a US$ 1,1721, a libra operava em queda a US$ 1,3731, enquanto o dólar tinha alta a 129,33 ienes. Mais cedo, o dólar atingiu sua maior cotação ante a moeda japonesa em um ano, segundo apontam analistas. O índice DXY, que mede a variação do dólar ante uma cesta de seis moedas fortes, fechou em alta de 0,38%, aos 93,297 pontos.

O noticiário econômico nos EUA foi o principal driver para o mercado cambial hoje. Investidores acompanharam falas de dirigentes do Federal Reserve (Fed, o banco central americano), otimistas com as perspectivas de crescimento no país diante do acelerado ritmo de vacinação contra a covid-19, além dos estímulos fiscais adotados pelo governo do presidente Joe Biden, que apresentará amanhã um novo pacote voltado ao setor de infraestrutura.

Nesta terça, foi divulgado o índice de sentimento dos consumidores americanos de março medido pelo instituto Conference Board, que registrou alta bem acima das expectativas de analistas consultados pelo The Wall Street Journal. O resultado forte do indicador reforçou a perspectiva de melhora da economia dos EUA.

A combinação de recuperação robusta, estímulos e política monetária acomodatícia do Fed faz com que o mercado espere maiores taxas de inflação no futuro, o que apoia a alta nos juros dos Treasuries. Segundo a estrategista chefe de mercados cambiais da BK Asset Management, Kathy Lien, o avanço dos rendimentos também contribuiu para a apreciação do dólar durante a sessão.

Entre moedas emergentes, a lira turca aprofundou perdas ante o dólar, após ser anunciada a demissão do vice-presidente do banco central da Turquia. A decisão segue a saída do ex-presidente da entidade monetária, ambas sob ordem do presidente do país, Recep Tayip Erdogan.

As mudanças no BC turco ocorrem após a instituição, sob sua antiga direção, elevar a taxa básica de juro para controlar a inflação, algo que desagradou Erdogan. Perto do horário de fechamento dos mercados em NY, o dólar avançava a 8,3376 liras.