O dólar não teve sinal único, ante outras moedas principais, em meio a avaliações sobre indicadores e declarações de dirigentes do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano). Na Europa, leitura do setor de serviços apoiou o euro, enquanto a libra perdeu fôlego ao longo do dia frente à moeda norte-americana.

No fim da tarde em Nova York, o dólar caía a 151,20 ienes, o euro avançava a US$ 1,0837 e a libra tinha alta a US$ 1,2641. O índice DXY, que mede o dólar ante uma cesta de moedas fortes, registrou baixa de 0,12%, a 104,121 pontos.

O dólar mostrou fraqueza maior mais cedo, com o euro apoiado. O índice de gerentes de compras (PMI, na sigla em inglês) de serviços da zona do euro subiu de 50,2 em fevereiro a 51,5 em março, segundo a S&P Global e o Hamburg Commercial Bank, ante previsão de 51,1 dos analistas ouvidos pela FactSet, que era também a preliminar. O PMI composto subiu de 49,2 a 50,4 na mesma comparação.

Já no Reino Unido, o PMI de serviços caiu de 53,8 em fevereiro a 53,1 em março, ante previsão de 53,4. Nos EUA, os pedidos de auxílio-desemprego subiram 9 mil na semana, a 221 mil, ante previsão de 213 mil, enquanto o déficit comercial avançou 1,9% em fevereiro ante janeiro, a US$ 68,9 bilhões, quando se esperava US$ 67 bilhões.

Em meio aos dados, o dólar mantinha sinal negativo. Houve, porém, redução nas perdas em meio a declarações de dirigentes do Fed à tarde. O presidente da distrital de Minneapolis, Neel Kashkari, afirmou que os números de inflação em janeiro e fevereiro foram “um pouco preocupantes”, além de acrescentar que caso a inflação perdurasse no nível atual se questionaria se seria o caso de cortar mesmo os juros neste ano.

Loretta Mester (Cleveland) afirmou que a desinflação nos EUA deve ser mais lenta neste ano, mas ainda previu corte nos juros. Austan Goolsbee (Chicago), por sua vez, disse estar atento à inflação no setor de moradia, ainda elevada, e comentou que ainda precisa ter mais confiança sobre a trajetória da inflação como um todo rumo à meta de 2%, antes de apoiar cortes de juros.

O BMO Capital comentava que havia interesse pelo payroll da próxima manhã. O dado de emprego de março dos EUA desta sexta-feira ganha mais interesse após declarações recentes do Fed de que a abordagem dual entre inflação e emprego está cada vez mais equilibrada, com isso o sinal do mercado de trabalho crescia em relevância, na opinião do banco de investimentos.