O dólar subiu ante os pares nesta quarta-feira, fortalecido pelo que foi avaliado por analistas como um tom mais “hawkish” do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano). Em decisão de política monetária amplamente esperada pelos mercados, o banco central americano manteve os juros e o volume das compras de ativos, mas elevou as projeções para a inflação neste ano. Além disso, a maioria dos dirigentes agora espera alta da taxa dos Fed funds em 2023.

Perto do horário de fechamento do mercado em Nova York, o dólar subia a 110,60 ienes, o euro recuava a US$ 1,2012 e a libra cedia a US$ 1,4005. O índice DXY, que mede a variação da divisa americana contra seis rivais, por sua vez, registrou alta de 0,65%, a 91,129 pontos.

“O dólar pode aumentar seus ganhos se o Fed melhorar significativamente suas perspectivas para a economia e puxar as expectativas de aumento da taxa de juros”, previu corretamente o analista sênior Joe Manimbo, da Western Union, antes da decisão do Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc).

Na visão do analista Ian Lyngen, do BMO Capital Markets, o Fed mostrou uma inclinação “decididamente hawkish” na decisão de hoje. A estimativa para a inflação em 2021 subiu de 2,4% para 3,4% e, segundo o gráfico de pontos, a maioria dos dirigentes agora prevê que a primeira alta de juros do atual ciclo ocorra em 2023. Além disso, a estimativa para o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) dos EUA passou de 6,5% para 7%.

Ao longo do pregão, a libra chegou a se fortalecer com a inflação britânica, que veio acima do esperado. Em maio, o índice de preços ao consumidor do Reino Unido subiu 0,6% ante abril e 2,1% na comparação na comparação anual, além da meta de 2% do Banco da Inglaterra (BoE, na sigla em inglês).

Ante moedas emergentes e commodities, o dólar avançava a 90,3709 pesos argentinos no final da tarde em NY. A divisa da Argentina recuou no dia em que dados oficiais mostraram inflação anual em 48,8% em maio no país, ganhando fôlego ante a alta anual de 46,3% vista em abril. Com a economia penalizada pela covid-19 e já em dificuldades antes da pandemia, a Argentina tenta fechar renegociação de dívida com o Fundo Monetário Internacional (FMI), em um arrastado diálogo.