O dólar ficou de lado nesta quarta-feira, 24, diante da liquidez reduzida pelo feriado de Natal e ajustes pontuais de posições. O foco do mercado esteve na recuperação do iene, com sinais mais firmes de autoridades japonesas contra movimentos excessivos no câmbio, o que limitou tentativas de fortalecimento mais amplo da moeda americana.
O índice DXY, que mede o desempenho do dólar frente a uma cesta de seis moedas fortes, subiu 0,03%, a 97,976 pontos. Por volta das 16h (de Brasília), o dólar caía a 155,97 ienes, enquanto o euro recuava a US$ 1,182 e a libra baixava a US$ 1,3502. No mesmo horário, a divisa americana também registrava movimento contido ante o rand sul-africano e o franco suíço, ambos sustentados por recentes recordes do ouro.
Analistas destacam que o desempenho do dólar refletiu, sobretudo, a força do iene, após a ministra das Finanças do Japão, Satsuki Katayama, reiterar que o governo está pronto para agir contra oscilações excessivas. A AJ Bell pontua que dados recentes mais fortes da economia americana deram apenas suporte temporário à moeda, já que “os números mostram onde a economia esteve, não para onde está indo”, mantendo incertezas elevadas para o próximo ano.
Na mesma linha, Kit Juckes, do Société Générale, afirmou que movimentos cambiais desconectados dos fundamentos, somados às condições típicas de fim de ano, “criam um pano de fundo convincente para intervenção”, elevando o risco de ação das autoridades japonesas durante o período de festas. Já Daniela Hathorn, da Capital.com, avalia que a retórica oficial pode continuar sendo eficaz no curto prazo, especialmente em um mercado com posições esticadas, embora alerte para volatilidade adicional com a divulgação de dados de inflação de Tóquio.
O euro operou em leve queda, mas permaneceu próximo de máximas de três meses diante de um dólar mais fraco e do otimismo em torno de estímulos fiscais na Alemanha. Segundo analistas do IG, a moeda comum também é sustentada pela expectativa de que o Banco Central Europeu (BCE) mantenha os juros inalterados, em contraste com apostas de novos cortes pelo Federal Reserve (Fed) ao longo de 2026.
*Com informações da Dow Jones Newswires