O dólar avançou ante outras moedas principais, com investidores atentos ao avanço dos retornos dos Treasuries. Entre as moedas emergentes, analistas lançaram foco sobre a lira turca, novamente pressionada. No fim da tarde em Nova York, o dólar subia a 109,02 ienes, o euro recuava a US$ 1,1961 e a libra tinha baixa a US$ 1,3930. O índice DXY, que mede o dólar ante outras divisas principais, registrou alta de 0,28%, a 91,679 pontos.
A inflação ao produtor (PPI, na sigla em inglês) continuou a mostrar um núcleo dos preços comportado nos EUA. Analistas, porém, esperam que a inflação ganhe fôlego no país, com estímulos fiscais, vacinação contra a covid-19 e gradual reabertura econômica. Com isso, há atenção renovada sobre a decisão do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) na próxima quarta-feira, quando haverá projeções atualizadas.
O Credit Suisse afirma em relatório que o Fed deve mostrar projeções mais otimistas para o crescimento, após o pacote fiscal confirmado nesta semana – o presidente Joe Biden diz almejar mais medidas -, e também pode mostrar mais dirigentes apostando em “duas ou três altas de juros em 2023”. Já segundo o ING, uma mudança no gráfico de pontos, como projeção de alta de juros em 2023, seria o suficiente para fortalecer o dólar na próxima semana.
Nesse quadro, o euro caiu hoje mesmo após a produção industrial da zona do euro crescer 0,8% em janeiro ante dezembro, acima da previsão de alta de 0,3% dos analistas. Já no Reino Unido, a libra recuou em dia de divulgação de queda de 1,5% na produção industrial do país entre dezembro e janeiro, maior que o recuo de 1,2% esperado.
Entre as moedas emergentes e commodities, o dólar subiu a 7,5667 liras turcas. O Commerzbank nota que a moeda da Turquia voltou a ficar pressionada, após ganhos recentes, com a deterioração no quadro inflacionário local.
O presidente Recep Tayyip Erdogan divulgou nesta sexta-feira medidas para apoiar a economia e conter o avanço dos preços. Para a Capital Economics, dados da conta corrente do país nesta semana vieram piores do que o esperado, mas a consultoria vê nos números sinalizações de que a economia do país “está se reequilibrando”. Com a expectativa de uma elevação dos juros no país na próxima semana, a Capital Economics acredita que isso pode apoiar mais a lira. Já o Commerzbank projeta que o dólar deve terminar 2021 entre 8,00 e 8,50 liras.