O dólar operou em alta ante a maioria das suas principais divisas concorrentes nesta quinta-feira. O euro terminou o dia em queda na comparação com a moeda americana, após o Banco Central Europeu (BCE) manter sua política monetária e a presidente da instituição, Christine Lagarde, apontar para incertezas quanto à recuperação econômica na zona do euro. Enquanto isso, nos Estados Unidos, a queda nos pedidos de auxílio-desemprego na última semana fortaleceu a percepção de que a economia americana se fortalece.

O Dollar Index (DXY), que mede a variação da divisa americana em relação a outras seis moedas fortes, fechou em alta de 0,20%, aos 91,333 pontos. Principal componente do índice, o euro recuava a US$ 1,2017 no fim da tarde em Nova York, revertendo ganhos no começo da sessão. Já a libra tinha baixa a US$ 1,3842, e o dólar depreciava a 108,04 ienes.

O euro virou e passou a cair ante o dólar, diante das falas de Lagarde em coletiva de imprensa, que seguiu a decisão do BCE hoje. A presidente da autoridade monetária europeia argumentou que a perspectiva a curto prazo no Velho Continente segue incerta por conta da pandemia de covid-19, justificando a manutenção das medidas de apoio monetário, como esperado. Ela ainda reconheceu a disparidade no ritmo de recuperação na zona do euro e nos EUA.

A libra esterlina acumulou um dos piores desempenhos entre moedas de países desenvolvidos ante o dólar hoje. Um indicador econômico relacionado à indústria do Reino Unido, que veio aquém do esperado pelo mercado, contribuiu para a depreciação da moeda britânica, segundo avalia o analista sênior do Western Union Joe Manimbo. Investidores agora ficam à espera das vendas no varejo de abril no país, que serão divulgadas amanhã.

Nos EUA, o mercado acompanhou o recuo nos pedidos de auxílio-desemprego, que atingiram sua menor taxa em 13 meses, a 547 mil, após queda de 39 mil pedidos. O resultado contrariou a expectativa de analistas ouvidos pelo Wall Street Journal, que projetavam alta a 603 mil solicitações.

Também ficou no radar de investidores a notícia de que o presidente americano, Joe Biden, pode propor um imposto máximo de 39,6% sobre ganhos de capital para indivíduos ricos, segundo revelou a Bloomberg, o que reforçou a cautela nos mercados hoje. O menor apetite por risco, em geral, favorece a segurança do dólar.

A moeda americana teve leve alta em relação à moeda do Canadá, e era cotada a 1,2506 dólares canadenses perto do fechamento dos mercados em NY. O movimento ocorre após a divisa canadense apreciar com a decisão do Banco do Canadá (BoC, na sigla em inglês) de cortar o volume do seu programa de compras de ativos. Para analistas consultados pelo Broadcast (sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado), a postura do BoC é um caso isolado, percepção esta que foi reforçada pela decisão do BCE de hoje.