Moedas Globais: com payroll forte, dólar sobe ante rivais e emergentes

O dólar operou em alta ante moedas rivais e de economias emergentes nesta sexta-feira, impulsionado pelo forte do relatório de empregos dos Estados Unidos (payroll) de julho, que mostrou criação de 943 mil vagas no mês. Além de indicar otimismo pela retomada da economia americana, o payroll também ajudou a fortalecer a visão de dirigentes do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) que defendem o início da retirada gradual dos estímulos monetários, em processo conhecido como “tapering”, algo que tende a favorecer a moeda dos EUA.

O índice DXY, que mede a variação do dólar ante seis pares, subiu 0,60%, aos 92,800 pontos. Na semana, houve avanço de 0,68%. No fim da tarde em Nova York, o euro recuava a US$ 1,1759, a libra depreciava a US$ 1,3877 e o dólar subia a 110,22 ienes.

Central para a decisão de apertar a política monetária pelo Fed, a evolução do mercado de trabalho dos EUA deu um salto hoje ao divulgar a maior criação de postos de trabalho desde agosto do ano passado. O resultado do payroll de julho ganha ainda mais importância à medida que dirigentes da cúpula do Fed, como o vice-presidente Richard Clarida, sinalizam que leituras fortes do payroll podem fazer com que a entidade inicie o tapering já em 2021.

“Com as autoridades do Fed no início desta semana sugerindo que vários meses de dados econômicos fortes podem ser o suficiente para começar a diminuir as compras de ativos, dados de inflação dos EUA na próxima semana podem reforçar as expectativas de que a normalização da política monetária pode não estar muito distante”, comenta a Capital Economics, se referindo ao índice de preços ao consumidor de julho dos EUA, que sai na próxima quarta-feira, 11.

“Embora acreditemos que o ritmo da recuperação econômica dos EUA será moderado nos próximos trimestres, nossa visão é que o dólar se recuperará ainda mais, uma vez que o crescimento e a inflação no país permanecerão mais fortes do que na maioria das outras grandes economias”, completa a casa.

O ING, por sua vez, diz que o ambiente desta semana no mercado cambial, pouco centrado no dólar, e o aperto monetário já parcialmente precificado, sugerem que investidores podem reagir modestamente a mais uma leitura forte do CPI americano. “Em vez disso, fatores externos podem ditar a narrativa”, projeta o banco holandês, ao apontar para a propagação da variante delta do coronavírus como risco a países asiáticos com baixas taxas de vacinação contra a covid-19.

Na Europa, o euro teve dia negativo ante seus pares, após a produção industrial da Alemanha registrar uma inesperada baixa de 1,3% entre maio e junho. Segundo a Capital Economics, o desempenho aquém do esperado se dá por problemas envolvendo a fabricação de veículos no país.

Já entre emergentes, a rupia indiana se desvalorizou em relação ao dólar, após o Banco Central da Índia decidir manter a taxa de juros em 4,0% ao ano. Por volta das 17h00 (de Brasília), o dólar avançava a 74,2968 rupias.