O dólar se valorizou ante suas principais rivais na sessão desta quinta-feira, 10. Além dos temores com a guerra na Ucrânia, o forte avanço do índice de preços ao consumidor (CPI) dos Estados Unidos e a decisão monetária e projeções econômicas do Banco Central Europeu (BCE) deram impulso à divisa americana.
O índice DXY, que mede o dólar frente um cesto de moedas competitivas, subiu 0,55%, a 98,507 pontos. No fim da tarde em Nova York, o euro caía a US$ 1,0984, a libra cedia a US$ 1,3092 e o dólar avançava a 116,07 ienes.
O BBH observa que o dólar subiu depois que “a euforia de ontem encontrou a dura realidade de hoje”. Ao fim da sessão desta quarta-feira, 9, havia expectativas de uma possível solução diplomática entre Rússia e Ucrânia. Hoje, no entanto, o encontro entre os ministros de relações exteriores dos dois países não teve o cessar-fogo como ponto principal.
O presidente russo, Vladimir Putin, disse considerar as sanções impostas pelo Ocidente como ilegítimas e afirmou que seu país irá resolver os problemas decorrentes “com calma”. Já a secretária do Tesouro americano, Janet Yellen, frisou que os impactos devem ser devastadores para Moscou.
Além das pressões pela guerra, o euro perdeu força ante o dólar após as novidades ligadas ao BCE. A autoridade monetária decidiu manter suas principais taxas de juros e acelerar o ritmo de redução de compra de ativos. Em coletiva à imprensa, a presidente Christine Lagarde destacou a incerteza gerada pelo conflito e a alta inflação na região. Nas projeções econômicas, por sua vez, o BCE apontou para menos crescimento e mais inflação.
Em relatório, a Capital Economics diz esperar que o euro se mantenha sob pressão em relação ao dólar, com atenção especial à divergência entre as posturas adotadas pelo BCE e Federal Reserve (Fed, o banco central americano).
Entre indicadores, operadores acompanharam o resultado do CPI de fevereiro dos Estados Unidos, que registrou o maior salto anual desde janeiro de 1982. Após o dado, continuaram em mais de 90% as apostas de que o Fed elevará os juros em 25 pontos-base na próxima semana.