A Semana de Arte Moderna de 1922 realizou-se entre os dias 13 e 18 de fevereiro. Não sem razão, portanto, já está sendo comemorado o seu centenário: ela deu nacionalidade, na estética e no conteúdo, à literatura pátria (o mais importante, a identidade, seria dada depois pelo professor Antonio Cândido com Formação da Literatura Brasileira).

Vale uma lembrança: também há cem anos, nos mesmos dias e no mesmo mês de fevereiro, desembarcou na França um grupo brasileiro levando ao Exterior, pela primeira vez de forma significativa, a nossa música popular. Chamava-se “Oito Batutas”. Dentre seus integrantes, todos pretos e muito pobres, estavam compositores como Donga e Pixinguinha.

Eles encantaram os franceses a ponto da estadia de uma semana virar seis meses. No Rio de Janeiro, os “Oito Batutas” serão homenageados a partir da sexta-feira 11 na Semana do Modernismo Negro, organizada pela Festa Literária da Periferia (Flup). A iniciativa é do escritor Julio Ludemir, bravo brasileiro que leva Cultura às comunidades.