NOVA YORK, 26 AGO (ANSA) – A Moderna informou nesta sexta-feira (26) que entrou com dois processos contra a Pfizer e a BioNTech por suposta violação da tecnologia para desenvolver a vacina contra a Covid-19, chamada de RNA mensageiro (mRNA).
Segundo a farmacêutica norte-americana, o mecanismo foi desenvolvido pela empresa muitos anos antes da pandemia e viola patentes registradas entre 2010 e 2016. Os valores solicitados como punição não foram informados.
“Entramos com os processos para proteger a nossa plataforma tecnológica inovadora de mRNA, na qual investimos bilhões de dólares na criação”, informa a nota assinada pela presidente-executiva da companhia, Stephane Bancel.
As ações foram depositadas na corte distrital de Massachussetts, nos Estados Unidos, e em um tribunal de Dusseldorf, na Alemanha, país-sede da BioNTech.
“Acreditamos que a Pfizer e BioNTech copiaram ilegalmente as invenções da Moderna e continuam a usá-las sem terem a permissão”, disse uma das advogadas da Moderna, Shannon Thyme Klinger.
No início da pandemia de Covid-19, a farmacêutica chegou a dizer que não iria cobrar royalties de sua tecnologia para ajudar no desenvolvimento de vacinas contra a doença e para uma maior distribuição das fórmulas, especialmente, em países mais pobres.
No entanto, recentemente, a empresa começou a cobrar publicamente a Pfizer e BioNTech por usarem “sua” tecnologia.
Esse tipo de disputa no desenvolvimento inicial de novas tecnologias é bastante comum – e a própria Moderna está sendo processada nos EUA por violação de patente em sua vacina contra a Covid-19.
Já as duas empresas que desenvolveram seu imunizante também são processadas por outros criadores. Em comunicados anteriores, a Pfizer e a BioNTech informaram que defenderão seus desenvolvimentos judicialmente.
As fórmulas da Moderna e da Pfizer/BioNTech são as únicas de RNA mensageiro usadas amplamente em todo o mundo e foram as primeiras a serem aprovadas pelos países ocidentais. (ANSA).