A miss Papua Nova Guiné de 2019, Lucy Maino, de 25 anos, perdeu a coroa após compartilhar um vídeo dela no TikTok dançando twerk, uma dança sensual em que grande parte dos movimentos se concentram nos quadris. A gravação acabou viralizando nas redes sociais no país e a modelo foi alvo de críticas. As informações são do jornal The Guardian.

Lucy, que apagou o vídeo da rede social, foi alvo de comentários que afirmavam que não era adequado para uma “modelo” compartilhar um vídeo dela dançando daquela maneira. Após a repercussão do caso no país, a miss foi “liberada” de suas funções pelo Comitê do Concurso de Miss Pacific Islands PNG (MPIP PNG) esta semana.

“Nosso objetivo principal é o empoderamento das mulheres. Somos uma plataforma única de estilo concurso que promove o patrimônio cultural, os valores tradicionais e o compartilhamento por meio do turismo sobre nosso país e nosso povo”, afirmou o comitê em um comunicado. “O MPIP PNG promove as virtudes da confiança, autoestima, integridade e serviço comunitário com um foco paralelo na educação.”

Maino recebeu uma bolsa de estudos para jogar futebol, o que lhe permitiu concluir o curso de administração de empresas na Universidade do Havaí. Ela representou Papua Nova Guiné como co-capitã da seleção nacional de 2019, ganhando duas medalhas de ouro nos Jogos do Pacífico de 2019 em Apia, Samoa.

Ela foi coroada Miss Papua Nova Guiné – uma função que envolve atuar como embaixadora cultural para o país e defensora das mulheres – em 2019. A miss continuou na função por mais um ano devido à pandemia de Covid-19.

Muitas pessoas criticaram o comitê por não apoiar Maino depois que ela foi atacada pelo vídeo. A decisão de afastar a miss foi criticada por Allan Bird, governador de East Sepik e co-presidente da Coalizão de Parlamentares contra a Violência de Gênero. “Que tipo de sociedade condena a tortura e o assassinato de mulheres e ainda se aborrece quando uma jovem faz um vídeo de dança?”, escreveu Bird nas redes sociais.

Por meio das redes sociais, as Nações Unidas em Papua-Nova Guiné também expressaram insatisfação. “Vemos a devastação da violência contra mulheres e crianças neste belo país. Alguns por causa do bullying perderam a vida… Tudo começa dizendo às mulheres que devem se cobrir. Tudo começa dizendo às mulheres, elas não deveriam dançar assim”, diz o comunicado.