No final do mês de maio, faleceu a jornalista e modelo Lygia Fazio, aos 40 anos, em decorrência de um acidente vascular cerebral. De acordo com pessoas próximas a Lygia, a principal suspeita de ocasionar o AVC teria sido a aplicação de silicone industrial misturado com PMMA.

Segundo o cirurgião plástico Lúcio Romão, o PMMA é conhecido por ser um material permanente, o que significa que ele não é absorvido pelo corpo ao longo do tempo. Essa característica pode levar a complicações, pois a substância pode causar inflamações crônicas, granulomas e até mesmo desencadear reações autoimunes.

“O PMMA, ou polimetilmetacrilato, é uma substância sintética que não foi desenvolvida para uso estético. Quando utilizado em procedimentos como preenchimentos faciais, ele pode causar reações adversas graves, como embolia pulmonar, infecções e até mesmo acidentes vasculares cerebrais, como foi o caso de Lygia”, alerta.

“A mistura do silicone industrial com o PMMA é uma prática extremamente perigosa, pois potencializa os riscos já inerentes ao uso isolado do PMMA”, completa.

Ainda de acordo com o cirurgião, o PMMA é aprovado pelos órgãos reguladores para uso em procedimentos estéticos, porém só deve ser aplicado utilizado por profissionais qualificados.

“É fundamental que as pessoas procurem profissionais habilitados, que utilizem materiais seguros e realizem os procedimentos em ambiente adequado. A segurança dos pacientes deve estar sempre em primeiro lugar”, enfatiza.

“A aplicação de substâncias não aprovadas em clínicas clandestinas ou por pessoas não habilitadas é crime e coloca em risco a vida das pessoas. A sociedade como um todo precisa se conscientizar sobre a importância de buscar profissionais qualificados e procedimentos regulamentados, para garantir a segurança e o bem-estar de todos”, conclui.