Dos homens frágeis de Margiela aos independentes da Loewe, passando pelos samurais urbanos da Hugo Costa e os paraquedistas do coreano Juun.J, as passarelas de Paris mostraram toda a gama da masculinidade.

Para a primavera-verão 2017, Maison Margiela propôs “questionar os lugares comuns que definem o papel do homem na sociedade atual”, por considerar que “em um mundo pós-moderno, não há porque ocultar a fragilidade masculina”.

Resultado: na coleção criada por Margiela, os ternos têm costuras aparentes, como finos bordados. Os ombros são redondos, os cintos finos e usados muito altos. Calças amplas e camisas fluidas têm estampas campestres.

O britânico John Galliano, que tomou as rédeas da direção artística da Maison Margiela em 2014, trabalha até hoje nas coleções femininas, mas vai passar a criar também para a coleção masculina a partir da próxima temporada, segundo comunicado da marca.

– O mar na Loewe –

O estilista britânico J.W. Anderson apresentou uma coleção cheia de referências marítimas e elementos oníricos.

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Leve e colorida, com muito algodão e linho lavado por um lado, estampas orgânicas de fósseis marinhos e conchas por outro lado, o verão da Loewe transporta para a beira do mar.

Considerado uma das estrelas ascendentes no firmamento da moda mundial, Jonathan William Anderson, de 32 anos, da Irlanda do Norte, vive entre Londres, Paris e Madri.

Algumas bolsas evocam a obra de Ouka Leele, artista espanhola que ficou famosa na época da Movida madrilenha, e uma minicarteira em forma de animal é o bichinho de pelúcia para levar na rua.

O elemento onírico aparece em diferentes momentos da coleção através do dourado, anunciador do tesouro com o qual sonharam na adolescência os leitores de Robert Louis Stevenson, e que aparece em sandálias, calças e uma bolsa que parece um farol.

– Samurais e paraquedistas –

Em sua estreia na Semana da Moda de Paris, fora do programa oficial, o português Hugo Costa se inspirou na roupa tradicional do samurai do Japão feudal.

“Não se trata tanto do guerreiro mas do estilo de vida tradicional, que misturei com minhas próprias ideias, com o streetwear”, disse Costa à AFP após o desfile.

Usou como matéria-prima o algodão, combinado com poliéster, tudo muito bem terminado, em tons de branco, preto, vermelho e bege, com efeitos de volume e sobreposição de capas.

A jaqueta de aviador, conhecida como “bomber”, aparece em variações inesperadas na hora de dialogar com a inspiração japonesa, perfeita para o guarda-roupa desses samurais urbanos.

O sul-coreano Jung Wook Jun, à frente da marca Juun.J, também usou o “streetwear”, mas combinado com o uniforme militar já utilizado em outras coleções.

Em conjuntos com capuzes superdimensionados e mangas intermináveis estão impressas as palavras “Covered” e “Uncovered”.


As parkas de tecido leve inflam ao caminhar, transformando os modelos em paraquedistas horizontais. Botas completam esses looks militares com ares de hip-hop.

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