Richard Melville ganhou o apelido ainda criança em homenagem a “Moby Dick”, obra mais famosa do seu ancestral Herman Melville. Apesar de já ter uma elogiada autobiografia, o negócio de Moby é a música. O artista que já vendeu 20 milhões de álbuns passa por uma fase de autodescobrimento com dois projetos simultâneos: um deles é o documentário “Moby Doc”, dirigido por Rob Bralver, espécie de sessão de terapia cinematográfica que valoriza os pontos altos de sua carreira, mas não esconde as derrocadas da vida pessoal, como o alcoolismo e as drogas. Sua rotina se divide hoje entre a música e a defesa pelos direitos dos animais, causa da qual é um radical defensor há anos. A outra aposta criativa é o álbum “Reprise”, que traz seus grandes sucessos na música eletrônica em surpreendentes versões orquestradas. Dividindo o palco com a Orquestra de Arte de Budapeste e um coral gospel, Moby mostra que tem talento – em todos os estilos.

Entrevista
“Meu objetivo é transmitir emoção”

Por que decidiu se expor tanto no documentário?
Produzi muito material pessoal recentemente, como a autobiografia e o documentário. O olhar me dá perspectiva para analisar as escolhas que fiz na vida. É fascinante olharmos para o passado e descobrir quem somos. Sou o mesmo, mas também sou diferente.

Foi uma terapia filmada?
Voltar ao passado é quase uma tarefa divina. Você já sabe os erros que iria cometer e quais problemas eles iriam gerar. Ao mesmo tempo, não pode mudar nada daquilo.

Foi doloroso ou prazeroso?
Sou um produto do meu passado. Não posso criticar os erros porque eles me ajudaram a chegar até aqui.

Por que não há nada sobre sua vida amorosa?
Porque nos últimos cinco anos eu não tive vida amorosa. Vivo como um monge: não bebo, sou vegetariano, não me relaciono com ninguém.

De onde veio a ideia para o novo álbum orquestrado?
Amo a possibilidade de fazer algo que nunca fiz. Sempre atuei sozinho no estúdio. Agora trabalhei com um coral gospel, maestros, muitos músicos.

Quem você quer atingir?
Meu objetivo é transmitir emoção. Amo cada chance de fazer isso, seja tocando violão com os amigos ou ao lado de uma grande orquestra.