O secretário do Tesouro dos Estados Unidos, Steven Mnuchin, afirmou nesta segunda-feira tomar como um “sinal de boa-fé” que representantes do governo da China vão a Washington ao longo das próximas semanas para continuar negociando, em um movimento de reaproximação que, segundo ambas as partes, levará a reuniões de primeiro escalão com a presença do próprio Mnuchin, do representante comercial dos EUA (USTR, na sigla em inglês), Robert Lighthizer, e do vice-premiê chinês, Liu He.

Em entrevista à emissora Fox Business, Mnuchin reafirmou que obter “um bom acordo” com Pequim é o objetivo dos americanos e, se alcançarem esses termos, vão assiná-lo. Ele negou que o rompimento das tratativas nos últimos meses tivesse a ver com a atividade de fiscalização das condições negociadas. “Em fiscalização, temos um acordo conceitual com a China”, argumentou.

Por outro lado, o secretário do Tesouro assegurou que, se não houver um pacto comercial com o país asiático, o presidente dos EUA, Donald Trump, está “perfeitamente bem” com a preservação das tarifas punitivas atualmente em vigor, acrescentando não ver impactos da guerra comercial com a China sobre a economia americana. “Estamos trabalhando bem as exceções de algumas companhias, caso a caso.”

Em outro momento da entrevista, Mnuchin concedeu que a economia global “terá um impacto moderado” sobre a americana, mas reforçou não enxergar no horizonte uma recessão nos EUA e comentou não ver “de forma nenhuma” que a curva de rendimentos dos Treasuries reflita esse cenário negativo. “Os EUA continuam sendo o ponto brilhante de crescimento da economia global”, defendeu.

Por fim, Mnuchin comentou que as taxas de juros americanas “ainda estão altas em relação ao resto do mundo” e interligou essa leitura com a expectativa dos mercados por cortes pelo Federal Reserve (Fed, o banco central dos EUA). Questionado sobre o andamento da ratificação do Acordo EUA-México-Canadá (USMCA) no Congresso do país, o secretário lembrou que os parlamentares estão voltando do recesso de verão e que obter o aval do Legislativo é a “prioridade” do governo.