Pancho Villa e Emiliano Zapata, os guerrilheiros camponeses, são as figuras ícones da Revolução de 1910.

A história desses heróis do povo incendiou o imaginário mundial e não apenas o dos artistas plásticos conterrâneos. Um norte-americano, John Reed, foi o grande repórter da Revolução. Seu México Insurgente é um sucesso editorial desde então e um dos precursores, talvez “o” pioneiro do chamado jornalismo literário. Deu origem ao belo filme de Paul Leduc Reed – México Insurgente.

Quem encarna Zapata, na versão de Hollywood, é ninguém menos que Marlon Brando. Em Viva Zapata!, de Elia Kazan, com roteiro de John Steinbeck, o guerrilheiro é descrito como indomável na luta contra o ditador Porfírio Diaz. Não muda quando chega ao poder e paga alto preço pela independência.

Zapata é universalmente conhecido. Já se alguém falar em B. Traven poucos saberão de quem se trata. No entanto, se dissermos que é autor de O Tesouro de Sierra Madre, o caso muda de figura, pois seu romance inspirou o famoso filme de John Huston. A história de aventura e cobiça é estrelada por um Humphrey Bogart despojado de qualquer charme romântico.

A vida do próprio Traven daria um romance ou um épico em longa-metragem, como lembra Patrick Deville em seu livro. Até hoje ninguém conhece direito sua identidade. Supõe-se que seja pseudônimo do anarquista alemão Ret Marut, condenado à morte por um atentado e que buscou o México como refúgio. Lá escreveu inúmeros livros, além de Sierra Madre, e que também foram para o cinema. Macário, dirigido por Roberto Gavaldon, e La Revolución de los Colgados, por Índio Fernandez, são dois exemplos. O escritor também se fazia passar por Traven Torsvan ou Hal Croves, conforme a ocasião. Morreu em 1969, na Cidade do México.

A Trilogia da Revolução, de Fernando de Fuentes, é hoje tida como marco clássico do cinema do país. Uma das partes do tríptico – Vamonos con Pancho Villa – foi eleita melhor filme mexicano da História em uma lista de 100 títulos escolhida por críticos, cineastas e estudiosos. O Compadre Mendoza, também parte da trilogia, ocupa o terceiro posto na lista.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.