19/04/2022 - 11:42
Como algo saído de um livro de ficção científica, com suas seis torres douradas e paredes brancas imaculadas elevando-se sobre as árvores ao redor, o templo mórmon de Washington intrigou por décadas aqueles que não eram permitidos entrar no local.
O mistério logo será resolvido: pela primeira vez em quase meio século, o templo abrirá suas portas ao público geral.
Um dos mais misteriosos da capital americana, este edifício é, em geral, acessível apenas aos membros da Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias, para os quais família, castidade e trabalho missionário são valores fundamentais.
“As pessoas acham que o que fazemos aqui dentro é segredo, mas, como você viu hoje, é apenas sagrado. Muito sagrado para nós”, disse à AFP o oficial sênior da congregação, Kevin Duncan.
Na segunda-feira (18), durante uma abertura exclusiva para a imprensa, o templo misterioso recebeu visitantes de fora de sua comunidade pela primeira vez desde 1974. Os visitantes precisaram calçar sapatilhas brancas para descobrir o silencioso e luxuoso interior com seu tapete espesso e imaculado e superfícies douradas.
Segundo a instituição religiosa, na última vez que não-mórmons foram autorizados a entrar, em 1974, cerca de 750.000 pessoas visitaram esta igreja localizada em Kensington, Maryland, a poucos quilômetros do limite com Washington, D.C. Entre os visitantes, estava a primeira-dama da época, Betty Ford.
O templo fechou em 2018 para reformas e foi reaberto em 2020, antes que a pandemia da covid-19 alterasse o calendário.
Os futuros visitantes devem reservar entradas para o templo a partir do final de abril até o início de junho.
Em seu interior, é possível conhecer os rituais da Igreja, na qual, ao entrar, seus membros trocam as roupas da rua para se vestirem de branco. Para eles, este é um dos locais mais sagrados do planeta.
A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias tem suas origens nas primeiras décadas do século XIX nos Estados Unidos. O nome “mórmon” remete ao “Livro de Mórmon”, publicado em 1830 por seu fundador, Joseph Smith, e aceito como escritura sagrada.
No templo de Washington, os curiosos também podem visitar o batistério, onde uma pequena bacia está montada nas costas de 12 estátuas de mármore branco em tamanho natural, representando as 12 tribos de Israel. Na fé mórmon, o batismo por imersão dentro do templo é reservado para os mortos.
A Igreja permite que seus membros sejam batizados em nome de seus antepassados, cabendo às almas dos falecidos – se existirem, e a Igreja acredita firmemente que sim – aceitar (ou não) o “presente”. Os batismos comuns são realizados em outros templos.